Ainda assim, ele apontou que a medida não serviria para os dias atuais
O ex-ministro e ex-embaixador Antônio Delfim Netto, responsável por assinar o Ato Institucional (AI-5), em 1968, afirmou que voltaria a aprovar o decreto. A declaração foi feita por ele, nesta terça-feira, ao portal Uol.
O ato foi considerado um dos mais duros do período militar e permitiu que o presidente em exercício suspendesse os direitos políticos de cidadãos considerados subversivos.
– Eu voltaria a assinar o AI-5. Eu tenho dito isso sempre. Aquilo era um processo revolucionário. Vocês têm que ler jornais daquele momento. As pessoas não conhecem história. Ficam julgando o passado como se fosse o presente. Naquele instante foi correto. Só que você não conhece o futuro – disse.
Delfim Netto foi ministro da Fazenda durante os governos de Costa e Silva e Médici.
Ainda assim, o ex-ministro foi enfático ao afirmar que a mesma medida não poderia ser aplicada hoje em dia.
– Quando se assinou o AI-5, o que se imaginava era que o habeas corpus seria para proteger o cidadão, não para matá-lo. Hoje, nós sabemos para onde queremos ir e aprendemos que só existe um mecanismo para administrar esse país e levá-lo ao progresso, que é o fortalecimento do processo democrático. Isso é um aprendizado – afirmou.
Caro Delfim Neto, hoje temos um presidente que luta para manter e aperfeiçoar a nossa democracia, mas o que vemos são partidos políticos, órgãos e instituições da justiça, assim como o STF, agindo contra a nossa constituição. Portanto contra a democracia, pelo simples fato de não aceitarem um presidente legitimamente eleito. Tirando o povo e o presidente, os outros, pouco estão interessados na democracia.