Governador Da Flórida, Ron DeSantis Foto EFE EPA CRISTOBAL HERRERA ULASHKEVICH Governador Da Flórida, Ron DeSantis Foto EFE EPA CRISTOBAL HERRERA ULASHKEVICH

Flórida assina lei que proíbe orientação sexual nas escolas primárias

Lei “Don’t Say Gay” impede professores de abordarem identidade de gênero nas turmas até o segundo ano

O governador da Flórida, o republicano Ron DeSantis, sancionou nesta segunda-feira (28) a lei conhecida como “Don’t Say Gay” (“Não diga gay”), que proíbe que escolas falem sobre orientação sexual e identidade de gênero no ensino primário. Um dia depois de ter sido ridicularizado na cerimônia do Oscar devido à lei agora sancionada, DeSantis ressaltou em entrevista coletiva após assinar o projeto de lei que não “se importa” com o que Hollywood, a imprensa e as empresas dizem.

A lei, oficialmente chamada “Direitos Parentais na Educação”, impede essencialmente os professores de abordarem a identidade de gênero e a orientação sexual em turmas com alunos do jardim de infância até o segundo ano, quando os estudantes costumam ter 7 ou 8 anos de idade.

A partir do terceiro ano, no ensino primário, ambas as questões podem ser abordadas de uma forma “apropriada para a idade”. Nos termos da nova lei, os pais poderão mover ações judiciais contra o distrito escolar e receber indenizações se as regras não forem cumpridas.

No Twitter, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse nesta segunda-feira que o atual governo “continuará a lutar pela dignidade e oportunidade para todos os estudantes e famílias, na Flórida e em todo o país”.

– Todos os estudantes merecem se sentir seguros e bem-vindos na sala de aula. Os nossos jovens LGBTQI+ merecem ser afirmados e aceitos pelo que são – declarou Biden.

DISNEY CRITICA

O governador tentará ser reeleito por mais quatro anos nas eleições de novembro e é visto como um possível candidato à indicação republicana nas eleições presidenciais de 2024. Ele disse que permanecerá firme na defesa do direito dos pais a decidirem o que querem para os seus filhos na educação.

– Essa lei vem para corrigir algo que está acontecendo nos EUA, o fato de os pais serem ignorados nas decisões escolares que têm a ver com educação sexual e identidade de gênero. É inapropriado para crianças da pré-escola e alunos de primeiro e segundo ano. Os pais não querem que isso aconteça nas nossas escolas – disse DeSantis, que assinou o regulamento em uma escola em Spring Hill, no oeste da Flórida.

O governador também tem, sobre a mesa, uma lei que restringe o direito ao aborto e outros regulamentos conservadores.

Uma das primeiras reações à assinatura do projeto de lei foi da Disney, que é o maior empregador na Flórida e um importante doador de recursos a políticos conservadores como DeSantis.

– Nunca deveria ter sido aprovada, nem convertida em lei – disse a Disney em comunicado, no qual se declara “dedicada” a apoiar os direitos e a segurança de seus funcionários LGBTQI+ e os esforços de organizações que lutam para frear essa lei no Legislativo ou nos tribunais.

Sob pressão dos funcionários LGBTQI+, a Disney, que mantinha silêncio até então, foi forçada a criticar a lei quando esta foi aprovada no início de março pelo Congresso da Flórida. Isso custou uma discussão com DeSantis, que rebateu a empresa de entretenimento e parques temáticos por suas relações comerciais com a China.


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