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Lula tentou barrar jornalistas em reunião com Trump, mas líder americano insistiu em manter a imprensa

Interação com repórteres durou nove minutos e causou desconforto ao presidente brasileiro antes de encontro reservado na Malásia

Durante a reunião bilateral entre Luiz Inácio da Silva (PT) e Donald , neste domingo (26), em Kuala Lumpur, na Malásia, houve tensão diplomática antes mesmo do início das conversas oficiais. O impasse ocorreu porque o governo brasileiro não queria a presença da imprensa na sala, enquanto os insistiram em permitir a cobertura do início do encontro.

Segundo apuração do O Estado de S. Paulo, o acesso dos jornalistas provocou tumulto no saguão do Centro de Convenções de Kuala Lumpur, onde o encontro foi realizado. O Serviço Secreto americano tentou priorizar os repórteres credenciados pela Casa Branca, o que gerou protestos da equipe de comunicação do Palácio do Planalto.

Lula, então, determinou que profissionais da imprensa brasileira também participassem, e a breve entrevista acabou durando cerca de nove minutos — tempo considerado excessivo pelo petista.

De acordo com integrantes da comitiva, Lula demonstrou incômodo visível com as perguntas e encerrrou o diálogo afirmando que o tempo seria mais bem aproveitado em negociações. Trump concordou com o encerramento, mas ironizou dizendo que as perguntas estavam “entediantes”.


Trump elogia Lula e o chama de “perseguido”

Já a portas fechadas, Trump e Lula discutiram questões políticas e pessoais, incluindo o período em que o brasileiro esteve preso por condenações da Operação Lava Jato.

Trump perguntou quanto tempo Lula havia permanecido na prisão, e o petista respondeu: “580 dias”. Segundo relatos de seis integrantes da comitiva brasileira, o republicano reagiu dizendo que o presidente brasileiro havia sido “perseguido”.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, relatou ao Estadão que Trump elogiou a trajetória do petista:

“Trump declarou admirar o perfil da carreira política do presidente Lula, já tendo sido duas vezes presidente, tendo sido perseguido no Brasil, se recuperado, provado sua inocência, voltado a se apresentar e, vitoriosamente, conquistado o terceiro mandato.”

A reunião aconteceu à margem da 47ª cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), com os dois líderes sentados em poltronas azuis, separados por uma pequena mesa decorada com flores e copos de água com gás, segundo registro da Reuters.


Lula entrega dossiê e pede revisão de tarifas comerciais

Durante a conversa, Lula entregou a Trump uma pasta vermelha com o brasão da Presidência, contendo argumentos econômicos e diplomáticos sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.

O brasileiro pediu a revogação das sobretaxas comerciais, e, embora Trump não tenha retirado imediatamente as medidas, ordenou que seus secretários realizassem reuniões emergenciais ainda na noite de domingo.

“As tarifas podem ser revistas muito rapidamente”, afirmou o presidente norte-americano, segundo o Itamaraty.

Lula e Trump também manifestaram interesse em realizar visitas oficiais mútuas, mas sem data definida.


Menção a Bolsonaro e desconforto diplomático

Durante a interação com a imprensa, Trump citou de forma elogiosa, o que causou embaraço na delegação brasileira.

“Sempre gostei dele. Me sinto muito mal pelo que aconteceu com ele. Sempre achei que era um cara honesto, mas ele já passou por muita coisa”, disse o americano.

Questionado por jornalistas se discutiria o assunto com Lula, Trump respondeu secamente: “Não é da sua conta”.

O governo brasileiro avaliou o encontro como positivo e estratégico, destacando o interesse mútuo em estreitar laços comerciais e diplomáticos — apesar dos momentos de tensão e constrangimento durante a participação da imprensa.As informações são da Revista Oeste. 

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