Ditador venezuelano acusa Washington de agressão e mobiliza tropas em Caracas e Miranda
Um dia após um novo ataque dos Estados Unidos a um barco próximo à costa da Venezuela, o ditador Nicolás Maduro determinou, nesta quarta-feira (15), a realização de exercícios militares em favelas do país. As manobras incluem regiões densamente povoadas de Caracas e do Estado de Miranda, que concentram cerca de 7 milhões de habitantes.
O regime chavista classificou a ofensiva norte-americana como uma “ameaça à estabilidade regional”, afirmando que os ataques se intensificaram nas últimas semanas. O episódio mais recente, ocorrido na terça-feira (14), deixou seis mortos, elevando para 27 o número total de vítimas desde o início das ações militares dos EUA no Mar do Caribe, em 2 de setembro.
“Vamos ativar toda a força militar de defesa popular, militar e policial”, declarou Maduro em mensagem divulgada no Telegram.
Imagens transmitidas pela TV estatal mostraram tanques e veículos blindados circulando em Petare, uma das maiores favelas da América Latina.
Caracas fala em “ofensiva permanente”
O ministro do Interior e aliado de Maduro, Diosdado Cabello, afirmou que a mobilização integra uma “ofensiva permanente” contra o que chamou de “cerco e agressão dos Estados Unidos”.
De acordo com o governo venezuelano, Washington estaria intensificando operações navais sob o pretexto de combater o narcotráfico, mas o regime chavista alega que o verdadeiro objetivo é desestabilizar o país e preparar o terreno para uma incursão militar.
Maduro reage a acusações de ligação com o narcotráfico
A Casa Branca sustenta que as embarcações atacadas tinham vínculos com o Tren de Aragua, facção classificada como organização criminosa transnacional. O governo norte-americano também acusa Maduro de chefiar uma rede de narcotráfico associada ao Cartel de los Soles, formada por militares venezuelanos.
Os EUA oferecem uma recompensa de US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) por informações que levem à captura do ditador.
Maduro, por sua vez, nega todas as acusações e afirma que elas são parte de uma “campanha de desinformação” usada como justificativa para ações militares contra a Venezuela.
“Essas mentiras servem apenas para mascarar a guerra econômica e a tentativa de invasão do nosso país”, declarou o líder venezuelano em pronunciamento transmitido pela TV estatal.