Sônia Guajajara Sônia Guajajara

Ministério dos Povos Indígenas torra mais de R$ 75 mil com passagens e diárias para amigo de Ministra

Os valores bancaram viagens de Hony Sobrinho para representar a pasta

O amigo da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, teve R$ 76.234,94 em gastos com diárias e passagens custeados pelo governo federal.

O portal Metrópoles divulgou a informação, que foi confirmada pela CNN através do Portal da Transparência.

A pasta de Guajajara requisitou os fundos ao Ministério da Gestão e da Inovação, que é encarregado da liberação e do pagamento das diárias.

Hony Sobrinho, cujo nome verdadeiro é Hone Riquison Pereira Sobrinho, teve 53 dias de diárias e passagens financiadas pelos valores.

Apenas a devolução de R$ 300,90 de uma viagem a Ilhéus (BA), realizada em janeiro deste ano, e que custou R$ 451,35, foi revelada pelo Portal da Transparência dos R$ 76,2 mil totais gastos com diárias e passagens.

O governo não fornece informações em sua plataforma sobre quem foi o responsável pela devolução do valor.

Ele apenas declarou que uma porção dos recursos foi restituída “pelo servidor ou por outra entidade que tenha financiado parte da viagem”.

A finalidade da viagem foi monitorar a apuração do ataque a indivíduos da terra indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, localizada no sul da Bahia.

Em 2022, durante a transição de governo, Hony foi nomeado para fazer parte do grupo técnico de “Povos Originários”.

Ele também desempenhou o papel de chefe de comunicação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), organização da qual Guajajara já foi coordenadora.

Despesas com o amigo

As despesas começaram a ser incorridas em fevereiro do ano anterior. Segundo a CNN, citando o Metropoles, Hony esteve presente na reunião do comitê do “Fundo Amazônia”, realizada no Rio de Janeiro.

Hony Sobrinho (à esq.) ocupou cargo que não é remunerado | Foto: Reprodução/Instagram

Ele esteve ao lado da ministra. Naquele período, foram gastos R$ 5.017,38 em “diárias e passagens”.

A despesa mais recente foi de R$ 167,50, no mês anterior, para um passeio ao Pará.

Em março, Guajajara recebeu um convite para a Assembleia-Geral da Associação Tato’a. No entanto, ela nomeou um amigo como “colaborador eventual”, devido ao seu “profundo conhecimento da região” do povo indígena parakanã.

A figura do colaborador eventual é algo estabelecido na administração pública. Essa designação se aplica a indivíduos que não possuem conexão com o governo, porém possuem uma “capacidade técnica específica” para a “execução de determinada atividade sob permanente fiscalização”. Não existe pagamento para essa posição.

O Ministério dos Povos Indígenas comunicou ao Metrópoles que “adota essa forma de colaboração com respeito aos critérios normativos, selecionando cada colaborador com atenção a sua expertise e de acordo com a natureza da demanda”.

A CNN fez uma consulta ao Ministério dos Povos Indígenas a respeito dos valores, mas até o momento não houve retorno. Hony Sobrinho também foi contatado pela emissora, que aguarda uma resposta. As informações são da Revista Oeste.


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