Em 2016, a informação foi divulgada por Benedicto Júnior, ex-executivo da empresa
O ministro da Secom, Paulo Pimenta, negou, nesta quarta-feira, 24, que tinha o apelido de “Montanha” na lista de propina da Odebrecht, empreiteira investigada na Operação Lava Jato.
“Quando ouço a expressão ‘montanha’, me lembro da montanha de votos que faço em cada eleição”, ironizou Pimenta.
Em 2016, o ex-executivo da petroleira Benedicto Júnior, diretor do departamento de “propina” da Odebrecht, confirmou, em delação premiada ao Ministério Público Federal, uma lista com mais de 200 de apelidos de políticos e com os valores que cada um recebia, repassados pela empresa.
Segundo o ex-executivo, os apelidos eram usados para que os trabalhadores do “baixo-clero”, que faziam os repasses, não soubessem para quais políticos a propina iria. Quem escolhia os codinomes eram os funcionários que tinham contato direto com as autoridades.
Como não existia uma central para organizar as operações, o mesmo beneficiário poderia aparecer mais de uma vez na listagem, ou o mesmo apelido poderia identificar duas pessoas diferentes. No documento, Pimenta é identificado como “Montanha”. As informações são da Revista Oeste.
Além dele, outros políticos conhecidos também foram citados na lista da Odebrecht. Eis os nomes de alguns:
- Presidente do PT, Gleisi Hoffmann (RS) – “Amante”;
- Presidente Lula – “Amigo”;
- Presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, – “Aracaju”;
- Senador Renan Calheiros (MDB-AL) – “Atleta”;
- Ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) – “Avião”;
- Ex-senadora Marta Suplicy – “Barbie” ou “Belo Horizonte”;
- Vice-presidente da República, Geraldo Alckmin – “Belém” ou “M&M”;
- Ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho – “Bolinha” ou “Pescador”;
- Ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia – “Botafogo”;
- Paulo Pimenta na Câmara dos Deputados
O ministro teve de ir à Câmara dos Deputados para dar explicações sobre nove requerimentos protocolados pela oposição. Os documentos abordam os seguintes temas:
- Plano de governo sobre a liberdade de expressão e de imprensa;
- A campanha promovida pelo governo contra notícias falsas, chamada “Brasil contra fake“;
- O financiamento público destinado aos influenciadores digitais que fizeram propaganda para o governo federal;
- A parceria do governo com um grupo de mídia do Partido Comunista Chinês;
- A minuta do texto do Executivo para o PL 2630/2020, que tramita na Câmara;
- Uma declaração do ministro em que ele afirma que “bolsonaristas” roubaram armas letais e não letais do Gabinete de Segurança Institucional; e
- Uma denúncia de que funcionários da Secom mantêm um drive com material atacando parlamentares e empresas contrários ao PL 2630;