Rodrigo de Melo Teixeira comandava Serviço Geológico do Brasil e foi responsável por investigações como a facada em Bolsonaro
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (17) a Operação Rejeito, que desmontou um esquema bilionário de corrupção, lavagem de dinheiro e fraudes em licenciamento ambiental. Entre os alvos está Rodrigo de Melo Teixeira, ex-diretor da PF e atual presidente do Serviço Geológico do Brasil, órgão vinculado ao governo federal.
Segundo a investigação, Teixeira teria atuado como sócio oculto de uma das empresas beneficiadas pelo esquema, que movimentou R$ 1,5 bilhão em lucros ilícitos.
Trajetória política e ligação com o PT
Rodrigo Teixeira ocupou cargos estratégicos em administrações petistas. Entre 2015 e 2016, foi secretário de Defesa Social de Minas Gerais na gestão de Fernando Pimentel (PT). Depois, entre 2019 e 2022, atuou como secretário adjunto de Segurança de Belo Horizonte na prefeitura de Alexandre Kalil.
Ele também esteve à frente da Superintendência da PF em Minas Gerais em 2018, período em que coordenou as investigações sobre a facada sofrida por Jair Bolsonaro durante a campanha presidencial.
O esquema bilionário
A operação revelou um conluio entre servidores públicos e empresários do setor de mineração, com a emissão de autorizações fraudulentas para exploração de minério de ferro em áreas de proteção ambiental e regiões tombadas.
O grupo investigado incluía mais de 40 empresas e servidores de órgãos ambientais e da Agência Nacional de Mineração (ANM). Entre os detidos estão Caio Mário Trivellato Seabra Filho, diretor da ANM, e Leandro César Ferreira de Carvalho, servidor do órgão em Minas Gerais.
Medidas judiciais
Foram cumpridos 79 mandados de busca e apreensão e 22 mandados de prisão em diferentes estados. A Justiça determinou ainda o bloqueio de R$ 1,5 bilhão em ativos, o afastamento de servidores e a suspensão das atividades das empresas envolvidas.
O inquérito, instaurado em 2020, investiga crimes como corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa, crimes ambientais e usurpação de bens da União.
Participação de outros órgãos
Além da Polícia Federal, a ação contou com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal.
Órgãos como a Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, o IPHAN e a própria Agência Nacional de Mineração foram procurados, mas ainda não se manifestaram.