Edifício Sede Da Petrobras, No Centro Do Rio Edifício Sede Da Petrobras, No Centro Do Rio

Suposta manobra para greve de diretor da Petrobras pode gerar prejuízo de R$ 500 milhões

Em reunião, William França teria pressionado executivos a assinarem um contrato com a petroquímica Unigel

A Petrobras iniciou uma investigação para esclarecer os pormenores de um contrato com a petroquímica Unigel, que poderia resultar em uma perda estimada de R$ 500 milhões para a empresa estatal. A empresa está averiguando se William , executivo-chefe de Processos Industriais e ex-líder da Federação Única dos Petroleiros (FUP), orquestrou uma greve nas instalações de fertilizantes da Unigel para forçar a assinatura do contrato.

Conforme relatado pelo jornal O Globo, alegou-se que o diretor teria discutido sobre a necessidade de organizar uma greve durante uma conversa no aplicativo Microsoft Teams, utilizado para reuniões online. Esta situação explicaria a pressa para concluir o contrato, argumentando que, sem ele, as fábricas teriam que fechar. O resultado disso seriam as respostas sindicais e os possíveis movimentos de greve na empresa petroleira.

O presidente do conselho de administração da Transpetro, França, está sob investigação na gestão do CEO da Petrobras, Jean Paul Prates. Recentemente, surgiram acusações de que ele pressionou subordinados para finalizar um negócio.

A investigação está focada em um contrato que foi estabelecido em 29 de dezembro de 2023. Naquele tempo, as fábricas de fertilizantes alugadas para a Unigel estavam enfrentando interrupções devido a problemas financeiros.

No acordo, a Petrobras seria responsável pelo fornecimento de gás natural para a produção e comercialização de fertilizantes. A viabilidade do procedimento foi posta em dúvida tanto pelos profissionais da empresa quanto pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que previram uma perda de R$ 487 milhões em oito meses devido à disparidade entre os preços do gás e dos fertilizantes.

TCU mira diretor da Petrobras

No relatório do caso, o ministro Benjamin Zymler, do TCU, enfatizou que França agiu fora dos princípios da “governança corporativa” ao firmar o contrato sem o consentimento de instâncias superiores.

“É no mínimo estranha a hipótese utilizada para justificar a contratação do tolling, aventando a possibilidade de que demissões privadas, ocorridas no âmbito do Grupo Unigel, possam desencadear movimentos grevistas no âmbito da Petrobras”, argumentou o ministro da Corte. “Se prevalecesse tal raciocínio para caracterização de risco, a Petrobras seria então impactada por movimentos grevistas sempre que empresas privadas demitissem ou deixassem insatisfeitos seu corpo de funcionários.”

Os celulares corporativos de França e do diretor-financeiro Sérgio Caetano Leite foram apreendidos como parte da investigação, que também inclui a análise das mensagens no Teams.

A KPMG, supervisionando a auditoria interna, procura elucidar as condições envolvidas na celebração do contrato. Os resultados devem ser revelados antes do encerramento das demonstrações financeiras da Petrobras, no dia 7 de março. Até agora, a Petrobras e os diretores envolvidos ainda não se pronunciaram sobre as investigações em andamento.

A Petrobras, em comunicado oficial, reafirmou a legalidade do acordo com a Unigel e garantiu que a governança e os processos internos da companhia foram respeitados. As informações são da Revista Oeste.


Veja também

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *