Declarações de Washington Quaquá provocam reação durante seminário sobre segurança pública
O vice-presidente nacional do PT e prefeito de Maricá, Washington Quaquá (PT), manifestou apoio à Operação Contenção, que deixou 122 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, no fim de outubro. Durante um seminário do partido sobre segurança pública, ele afirmou que a polícia “só matou vagabundo” e que o número de mortos deveria ter sido maior, chegando a “mil”.
Segundo o petista, a ação policial teria atingido apenas pessoas ligadas ao tráfico. “Eu perguntei: ‘Tem trabalhador aí?’ Não. Tudo bandido”, declarou. Quaquá defendeu que operações desse tipo só são eficazes quando combinam entrada e ocupação do território, e não ações pontuais.
Argumentos sobre “ocupação do território”
Para o dirigente, uma das dimensões centrais da política de segurança é a “ocupação democrática do território”, processo que, segundo ele, deve ser conduzido pelas “forças do Estado Democrático de Direito” com uso de “combate militar”. Ao avaliar o resultado da megaoperação, disse que o insucesso não estaria no número de mortos, mas na ausência de presença contínua do Estado nas áreas dominadas pelo crime.
Quaquá argumentou que o Complexo da Penha reúne mais de mil integrantes do tráfico, e que uma operação destinada a eliminá-los deveria ter alcançado todos: “Então, se fosse para matar, tinha que matar mil soldados”, afirmou.
Reação da plateia e resposta de Quaquá
As falas geraram incômodo entre os presentes. Diante das reações negativas, ele rebateu de forma direta:
– “Você vai ouvir eu falar ou vai ficar berrando? Então, era tudo bandido. Eu ouço bobagens à vontade. Espero que na democracia se ouça as bobagens dos outros. Eu ouço a de vocês, valeu? E depois querem dizer que são de esquerda e democráticos, mas só ouvem a própria opinião.”
Balanço da operação
A Operação Contenção é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro. Entre os 122 mortos, cinco eram policiais; os demais foram apontados como envolvidos com o Comando Vermelho (CV). Além das mortes, a ação resultou em 113 prisões e na apreensão de mais de cem armas.