O nome de Karolina Trainotti voltou ao centro das investigações envolvendo o Banco Master. Segundo reportagem do UOL, o empresário Daniel Vorcaro, dono da instituição, é acusado de ter repassado a ela um apartamento avaliado em R$ 4,3 milhões, em São Paulo. A influencer, por sua vez, é ré por lavagem de dinheiro em um processo que também envolve um investigado por tráfico internacional de cocaína.
Karolina foi denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) em 2023 por supostamente ter recebido valores ilícitos do traficante Rowles Magalhães. De acordo com a acusação, entre 2020 e 2021 ela recebeu R$ 271 mil, recursos classificados como provenientes de atividades criminosas.
Para o MPF, Karolina teria atuado como “destinatária dos recursos de origem criminosa que Rowles pretendia omitir”, incorporando valores que buscavam escapar do rastreamento estatal. Parte dessas operações — ao menos R$ 130 mil, segundo a denúncia — teria ocorrido por meio do esquema de dólar-cabo, mecanismo clandestino usado para movimentação financeira internacional.
O órgão afirma que “a forma como as transações foram realizadas não deixa dúvida acerca da intenção de ocultação da origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de valores oriundos do tráfico internacional de drogas”.
Com cerca de 34 mil seguidores no Instagram, Karolina nega envolvimento com crimes. No processo, sua defesa sustenta que ela não tinha conhecimento das supostas atividades ilícitas de Rowles.
“[Karolina] nunca soube do suposto tráfico de drogas imputado aos corréus”, afirmou a equipe jurídica, que acrescentou que a influencer não “teria ou teve razões para suspeitar de qualquer ilegalidade por parte do corréu Rowles, com quem manteve relação amorosa por um período, durante o qual viveu praticamente às expensas dele”.
Ao justificar os valores recebidos, Karolina declarou ter sido “sugar baby”, termo usado para descrever jovens que mantêm relacionamento com homens mais velhos em troca de benefícios financeiros.
O advogado da influencer é Eugênio Pacelli, que também representa Daniel Vorcaro em outras ações.
O imóvel envolvido na investigação fica no 37º andar de um dos prédios mais altos da região da Faria Lima, em São Paulo — próxima ao Banco Master e ao shopping JK Iguatemi. Segundo o UOL, o apartamento possui 113 m² de área privativa, 231 m² de área útil e conta com três vagas de garagem.
A propriedade foi adquirida em 2020 pela empresa Viking Participações, pertencente a Vorcaro, e repassada em 2024 para a Super Empreendimentos e Participações, companhia que detém a casa do empresário em Brasília e seu apartamento em São Paulo. Um cunhado de Vorcaro atuou como diretor da Super por quatro anos.
