Deputado Estadual Arthur Do Val Foto ReproduçãoYouTube Deputado Estadual Arthur Do Val Foto ReproduçãoYouTube

Alesp vota nesta terça-feira a cassação de Arthur do Val

Ex-deputado pode ficar inelegível por oito anos caso a cassação seja aprovada na Assembleia Legislativa paulista

O plenário da Assembleia Legislativa do Estado de (Alesp) vota nesta terça-feira (17) a cassação do ex-deputado estadual (União Brasil), por quebra de decoro parlamentar. Embora tenha renunciado em abril, Mamãe Falei, como também é conhecido, ainda enfrenta o processo que pode torná-lo inelegível.

Para a punição passar em plenário, é necessário que 48 dos 94 parlamentares votem a favor da cassação do ex-deputado. Em caso de aprovação, ele será impedido de se candidatar a cargos públicos nos próximos oito anos. A primeira sessão extraordinária para a discussão do caso começa às 16h30.

Em março deste ano, Arthur do Val teve áudios de teor machista – nos quais afirma que as mulheres ucranianas “são fáceis porque são pobres” – divulgados quando estava na representando o Movimento Brasil Livre (MBL). O então parlamentar comparou a fila de refugiadas à entrada de uma balada, focando na beleza das mulheres.

Mamãe Falei renunciou ao mandato na Alesp no dia 20 de abril, após ter o seu pedido de cassação aprovado, por unanimidade, pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa.

– Vou renunciar ao meu mandato em respeito aos 500 mil paulistas que votaram em mim, para que não vejam seus votos sendo subjugados pela Assembleia. Mas não pensem que desisti, continuarei lutando pelos meus direitos – disse antes de enviar a carta para a Alesp.

Pelas regras da Casa, a renúncia ao mandato não interrompe o processo de cassação. Segundo o regimento da Alesp, o processo disciplinar “não será interrompido pela renúncia do deputado ao seu mandato, nem serão por ela elididas (eliminadas) as sanções eventualmente aplicáveis aos seus efeitos”. Ou seja, para evitar a punição, a renúncia deveria ter ocorrido antes da representação.

O PROCESSO DE CASSAÇÃO

Após a divulgação dos áudios, ao menos 40 deputados entraram com 21 representações contra Arthur do Val. Elas pediam a punição do deputado pelo que seriam cinco infrações ao Código de Ética da Alesp. O relator, deputado estadual Delegado Olim (PP), acatou apenas três delas como passíveis de cassação.

O parecer de Olim foi aprovado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa no dia 12 de abril, por unanimidade. O colegiado considerou que as mensagens divulgadas nos áudios configuram quebra de decoro parlamentar. Durante a discussão, a reincidência de Arthur do Val em advertências na Alesp foi lembrada pelos integrantes do conselho.

Posteriormente, o caso foi enviado para a Comissão de Constituição, e Redação (CCJ) da Alesp que aprovou, em consonância, a pena de cassação do ex-deputado, por quebra de decoro parlamentar. A comissão avalia se o processo segue os aspectos constitucionais, legais e jurídicos.


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