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Com doença rara, Céline Dion surpreende com aparição no Grammy

Celine Dion enfrenta problemas de saúde com espasmos musculares incontroláveis desde 2022

A “Grammy” de 2024 contou com uma aparição surpresa de Céline Dion, a principal honraria musical que ocorreu no último domingo (5). Dion, diagnosticada com uma doença rara em 2022, tem se mantido longe dos palcos e do trabalho desde então.

A artista fez sua aparição no palco para revelar o prêmio mais prestigioso da noite, a categoria de “Álbum do Ano”. Céline recebeu aplausos fervorosos da audiência e comoveu os artistas presentes no evento, que se deu em Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos. Foi ela quem consagrou Taylor Swift como a vencedora, pelo álbum “Midnights”.

Doença rara

Foi diagnosticado em Céline Dion a síndrome da pessoa rígida, também referida como síndrome de stiff-person. Esta condição é caracterizada por rigidez muscular, impactando os músculos do tronco, braços e pernas. Em 2023, a irmã da cantora divulgou que a artista não tinha mais controle sobre seus músculos.

Aos 55 anos, Celine Dion estava sofrendo com “espasmos musculares incontroláveis” e, devido ao agravamento dessa condição, cancelou os shows da turnê em janeiro de 2022.

Em dezembro, revelou o diagnóstico aos fãs em um vídeo em seu Instagram.

“Há muito tempo que venho lidando com problemas de saúde e tem sido muito difícil para mim enfrentar esses desafios… Infelizmente, esses espasmos afetam todos os aspectos da minha vida diária, às vezes causando dificuldades quando ando e não me permite usar as cordas vocais para cantar como estou acostumada”, disse.

No mês de maio deste ano, devido à continuidade da doença, ela suspendeu todas as futuras apresentações da turnê, declarando: “Estou trabalhando muito para recuperar minhas forças, mas fazer turnê pode ser muito difícil mesmo quando você está 100%… Quero que todos vocês sabe, não vou desistir.”

Neurologista Explica Caráter Autoimune de Doença em Entrevista à BBC News Brasil

“A doença tem um caráter autoimune, ou seja, ela faz com que algumas células do próprio corpo ataquem outras células saudáveis”, disse Gustavo Franklin, neurologista do Hospital Marcelino Champagnat, em entrevista à BBC News Brasil em dezembro de 2022.

“Um anticorpo chamado de anti-GAD é tipicamente relacionado com esse processo de autoimunidade. Ele ataca algumas estruturas nervosas levando aos sintomas característicos.”

De acordo com o médico, os sinais são principalmente a “rigidez dos músculos”, que pode variar em intensidade e frequência, o que geralmente torna o diagnóstico correto um desafio.

O indivíduo pode experimentar espasmos dolorosos nos membros, como braços e pernas, e na coluna.

“Ter essa síndrome aumenta a chance da pessoa ter outras doenças autoimunes, como diabetes mellitus”, afirmo Franklin.

Apesar de no passado a síndrome ser denominada com a palavra “homem”, o neurologista confirma que é mais prevalente em mulheres com mais de 40 anos.

A confirmação do diagnóstico é realizada através de um exame neurofisiológico denominado eletroneuromiografia, com a observação dos sintomas e também por meio da análise do líquor dos anticorpos GAD.

Não há cura, mas há tratamento

Embora não exista cura, o neurologista afirma que existem tratamentos que, em determinadas situações, são tão eficazes que o paciente é considerado em remissão.

“O tratamento envolve medicamentos imunossupressores e remédios para aliviar os sintomas, como relaxantes musculares.”

O especialista esclarece que a “autoimunidade” pode ser primária (por causa genética) ou secundária, como é o caso de aproximadamente 1% dos pacientes com a condição. Com informações da BBC.


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