Fernando Haddad E Lula Fernando Haddad E Lula

Contraste fiscal: Bolsonaro fechou 2022 com superávit de R$ 54 bilhões; gestão Lula acumula déficit estimado em R$ 354 bilhões

Diferença entre os resultados fiscais reacende debate sobre política econômica e responsabilidade nas contas públicas

O contraste entre o superávit obtido no último ano do governo (PL) e o déficit acumulado na gestão de Luiz Inácio da Silva (PT) vem reacendendo o debate sobre a política fiscal brasileira e o equilíbrio das contas públicas.

De acordo com o Tesouro Nacional, o encerrou 2022 — último ano de — com superávit primário de R$ 54,1 bilhões, o primeiro resultado positivo em quase dez anos. O saldo foi impulsionado por alta na arrecadação, adiamento de despesas e pelo aquecimento da economia pós-pandemia, favorecida também pelo aumento dos preços das commodities no mercado internacional.

Sob Lula, contas públicas voltam ao negativo

Em contraste, as contas do retornaram ao terreno deficitário. Segundo estimativas da Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão vinculado ao Senado Federal, o déficit primário do setor público em 2024 deve ultrapassar R$ 300 bilhões, podendo chegar a R$ 354 bilhões, conforme cálculos de analistas de mercado.

O valor representa o desequilíbrio entre receitas e despesas primárias, ou seja, sem considerar o pagamento dos juros da dívida pública. Especialistas explicam que parte desse resultado negativo decorre de decisões políticas, como a expansão de programas sociais, o aumento de investimentos públicos e a transição do teto de gastos para o novo arcabouço fiscal, que flexibilizou os limites de despesa.

Superávit versus expansão social: leituras opostas

Enquanto aliados de Bolsonaro tratam o superávit de 2022 como símbolo de responsabilidade fiscal e eficiência na gestão das contas, integrantes do governo Lula defendem que o atual modelo busca recompor serviços públicos e estimular o crescimento, mesmo que isso gere impacto de curto prazo nos números fiscais.

Para economistas, a diferença entre os dois cenários reflete estratégias econômicas distintas: uma voltada para o ajuste e contenção de gastos, e outra focada em investimento social e retomada da capacidade do Estado.

Desafio fiscal e projeções para os próximos anos

O Brasil enfrenta um contexto fiscal desafiador. A dívida pública bruta se mantém próxima de 77% do PIB, e o governo tenta conciliar aumento de arrecadação com metas de gastos mais rigorosas.

Segundo projeções oficiais, o equilíbrio das contas públicas — ou seja, a volta do superávit primário — deve ocorrer apenas em 2026, se o governo conseguir sustentar o crescimento da arrecadação e conter o avanço das despesas.


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