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Dono do Banco Master recebeu Alexandre de Moraes em mansão no Lago Sul

Jantar em Brasília ocorreu enquanto vigorava contrato milionário entre banco e escritório da esposa do ministro

O ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Federal (STF), participou de ao menos um jantar na residência de Daniel Vorcaro, então proprietário do Banco Master, enquanto estava em vigor um contrato milionário entre a instituição financeira e o escritório de advocacia de sua esposa, Viviane Barci de Moraes. As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo.

O encontro ocorreu no último trimestre do ano passado, em uma mansão localizada no Lago Sul, área nobre de , avaliada em cerca de R$ 36 milhões. Segundo a coluna de Lauro Jardim, o jantar reuniu políticos do Centrão, deputados federais e ex-integrantes do governo de Jair Bolsonaro. Moraes teria sido o único ministro do STF presente entre aproximadamente vinte convidados.

Contrato milionário estava em plena vigência

À época do encontro, o Banco Master mantinha um contrato de R$ 3,6 milhões mensais com o escritório Barci de Moraes Sociedade de Advogados, do qual participam Viviane Barci de Moraes e dois filhos do casal.

O escritório foi contratado em 16 de janeiro de 2024 para atuar na defesa dos interesses do Banco Master junto ao do Brasil, à Receita Federal e ao Congresso Nacional. O acordo previa vigência de 36 meses e poderia render até R$ 129 milhões, caso o banco não tivesse sido posteriormente liquidado pelo Banco Central.

Documentos e investigação da PF

Cópias do contrato teriam sido encontradas no celular de Daniel Vorcaro, apreendido após sua durante a Operação Compliance Zero, deflagrada pela Polícia Federal.

O caso passou a ganhar maior repercussão após reportagens apontarem interlocuções diretas entre Moraes e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, durante o período em que se discutia a tentativa de venda do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB).

Contatos com o Banco Central

De acordo com a colunista Malu Gaspar, Moraes manteve telefonemas e ao menos um encontro presencial com Galípolo para tratar da situação do Banco Master.

“De acordo com o que o próprio ministro contou a um interlocutor, ele disse que gostava de Vorcaro e, repetindo um argumento que o banqueiro usava muito, afirmou que o Master era combatido por estar tomando espaço dos grandes bancos”, relatou o jornal.

Segundo a mesma apuração, Galípolo teria informado ao ministro que técnicos do Banco Central haviam identificado fraudes no repasse de R$ 12,2 bilhões em créditos do Banco Master para o BRB. Ainda conforme os relatos, Moraes teria reconhecido que, caso a fraude fosse confirmada, a operação não poderia ser aprovada.

Repercussão política e resposta do ministro

Integrantes da oposição ao governo Luiz Inácio da Silva avaliam que a divulgação dessas informações abriu uma “brecha de oportunidade” para o avanço de ao menos uma denúncia por crime de responsabilidade contra o ministro do STF.

Em nota oficial, Alexandre de Moraes afirmou que a reunião com Gabriel Galípolo teve como tema principal a aplicação da Lei Magnitsky, negando que o encontro tenha tratado de assuntos relacionados à operação do Banco Master.

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