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Em transação histórica, UBS compra Credit Suisse por US$ 3,2 bilhões

Transação envolvendo os dois maiores bancos da Suíça é um marco histórico para o país e para o sistema financeiro global

Em uma transação histórica, concluída neste domingo (19/3), após intensas negociações durante o fim de semana, o UBS Group AG acertou a compra do Credit Suisse por US$ 3,25 bilhões (cerca de R$ 17 bilhões). A informação foi confirmada pelo Banco Nacional da Suíça (o BC do país).

O acerto foi intermediado pelo governo local e pelo BC suíço e também contou com o aval do Federal Reserve (o Fed, dos Estados Unidos) e de órgãos reguladores da Suíça, da e dos EUA.

Inicialmente, o valor divulgado na imprensa internacional havia sido de cerca de US$ 2 bilhões (R$ 10,5 bilhões), mas a cifra de US$ 3,2 bilhões foi oficialmente confirmada no início da noite deste domingo (pelo horário local).

Em um primeiro momento, o Credit Suisse recusou a primeira oferta do UBS, de US$ 1 bilhão, por considerá-la baixa. O maior acionista do Credit, o Saudi National Bank (SNB), da Arábia Saudita, apoiou o banco na recusa. O UBS, então, dobrou a oferta para US$ 2 bilhões e acabou fechando negócio por US$ 3,2 bilhões.

O acordo prevê a compra de todas as ações, em uma quantia equivalente a uma fração do valor de mercado do Credit. Após o pregão da sexta-feira (17/3) na bolsa de Zurique, o banco, fundado em 1856, foi avaliado em 7,4 bilhões de francos suíços (US$ 8 bilhões). Em 2007, valia US$ 100 bilhões.

O UBS pagará mais de 0,50 franco suíço por ação do Credit, usando suas próprias ações. O valor segue abaixo do preço de fechamento do papel do Credit no último pregão da semana (1,86 franco suíço).

“Com a aquisição do Credit Suisse pelo UBS, foi encontrada uma solução para garantir a estabilidade financeira e proteger a economia da Suíça nessa situação excepcional”, afirmou o BC suíço em comunicado oficial.

A Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro da Suíça (Finma, na sigla em inglês) também confirmou a transação. O órgão garantiu que as atividades dos dois bancos poderão seguir normalmente, sem restrições ou interrupções. Além disso, a Finma informou que coordenará a operação com o Fed e a Autoridade Britânica de Regulação Prudencial.

“Na sexta-feira, as saídas de liquidez e a volatilidade do mercado mostraram que não era mais possível restaurar a confiança do banco. Uma solução rápida e estabilizadora era absolutamente necessária. Essa solução foi a aquisição do Credit Suisse pelo UBS”, afirmou o presidente da Suíça, Alain Berset, em entrevista coletiva neste domingo, em Berna.

O BC da Suíça ofereceu ao UBS US$ 100 bilhões (R$ 526,7 bilhões) em liquidez para ajudá-lo a assumir as operações do Credit. A autoridade monetária foi um dos principais intermediários da negociação entre os dois maiores bancos do país.

Apesar da derrocada nos últimos anos, o Credit Suisse ainda é um dos maiores bancos do mundo. No fim de 2022, tinha US$ 1,3 trilhão em ativos sob gestão.

Há a expectativa de que UBS e Credit Suisse se manifestem oficialmente, ainda neste domingo ou na segunda-feira (20/3), antes da abertura do mercado financeiro, sobre os termos do acordo.


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