Presidente Jair Bolsonaro E O Ministro Edson Fachin, Do STF Foto Marcos Corrêa PR Presidente Jair Bolsonaro E O Ministro Edson Fachin, Do STF Foto Marcos Corrêa PR

Fachin diz que irá “estender a mão” a Bolsonaro: ‘Espero reciprocidade’

Ministro, que irá assumir o comando do TSE na próxima semana, afirmou que o presidente tem “o direito legítimo de crítica”

Prestes a assumir a Presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Edson Fachin falou sobre a críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o ministro disse que o presidente possui “direito legítimo de crítica”, mas que a Justiça Eleitoral não irá “tolerar os intolerantes”.

O ministro, no entanto, afirmou que está com a “mão estendida” a Bolsonaro e que espera “reciprocidade”.

Ao veículo, Fachin falou sobre uma declaração de Bolsonaro sobre ministros do STF que se comportariam como adolescentes. Ele foi questionado por uma declaração do presidente que chamou de fake news seu discurso sobre uma potencial interferência russa no processo eleitoral.

– Eu diria três coisas. A primeira, que toda pessoa, inclusive o presidente da República, tem o direito legítimo de crítica, e ninguém é imune à crítica. Portanto, o juízo de valor que se faz deve ser acolhido como exercício do dissenso dentro de uma sociedade democrática. A segunda observação é que o presidente, ao lado das funções estatais, tem atividades políticas. Na atividade política, os fatos sofrem substituição por narrativas. A terceira observação é que eu tenho um conjunto de fontes. Começam com um relatório do Senado norte-americano sobre as eleições norte-americanas, passam pelas eleições da Alemanha e por relatórios publicados em veículos respeitados de comunicação – destacou.

O ministro também foi questionado sobre críticas de Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro.

– A minha proposição nesse momento é colaborativa. Eu fiz um gesto simbólico, de estender a mão ao diálogo, à atividade colaborativa e abrir as portas do Tribunal Superior Eleitoral para que todas as autoridades da República tenham dados e informações e espaços para questionamentos – apontou.

Fachin ainda disse que irá “estender a mão” a Bolsonaro.

– Como presidente do Tribunal Superior Eleitoral, nós não vamos tolerar os intolerantes. Mas, por agora, eu tenho uma mão estendida e eu espero reciprocidade – destacou.


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