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Gilmar sobre Moro: ‘Demonizou-se o poder para apoderar-se dele’

Crítica também foi direcionada a Deltan Dallagnol

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes usou sua conta no Twitter para criticar a migração para a política do ex-juiz federal e do procurador da República Deltan Dallagnol, artífices da mítica Operação Lava Jato.

– A seletividade, os métodos de investigações e vazamentos: tudo convergia para um propósito claro,e político, como hoje se revela. Demonizou-se o poder para apoderar-se dele – escreveu.

Sem citá-los nominalmente, referia-se ao anúncio da saída de Deltan do Ministério Público e a possibilidade de ele perseguir um futuro nas urnas, seguindo os passos de Moro, que vai se filiar ao Podemos. A manifestação de Gilmar ocorreu na sexta-feira (5), e se soma a outros pronunciamentos nas redes sociais, como o do senador Renan Calheiros e do deputado federal José Guimarães.

Nesta quarta-feira (10), o Podemos prepara grande evento em Brasília para anunciar oficialmente a filiação de Moro. Esse é o primeiro passo à possível candidatura do ex-juiz na corrida pela sucessão de Jair Bolsonaro.

Em novembro de 2016, o então juiz Sérgio Moro, no auge da Lava Jato, afirmou em entrevista ao Estadão que ‘jamais entraria para a política’.

– Sou um homem de Justiça e, sem qualquer demérito, não sou um homem da política – disse, à época. Foi a primeira entrevista de Moro. Agora, decorridos cinco anos, ele se filia a um partido político, contrariando suas próprias declarações.

Deltan anunciou, na última quinta-feira (4), seu pedido de exoneração do Ministério Público, como noticiou com exclusividade a colunista do Estadão Eliane Cantanhêde, depois de uma carreira de 18 anos. Em vídeo publicado nas redes sociais, o ex-coordenador da força-tarefa diz que poderá “avaliar e refletir” melhor sobre os planos após sair definitivamente do cargo, sem confirmar suas pretensões políticas.

O Podemos começou a circular no início de novembro os convites para a filiação de Sérgio Moro à sigla, em ato que será realizado na manhã desta quarta-feira (10), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. O ex-ministro da Justiça é um dos nomes da chamada “terceira via” na disputa presidencial de 2022. O slogan da campanha de filiação de Moro será “Juntos, Podemos construir um Brasil justo para todos”.

O senador Renan Calheiros se manifestou em sua conta no Twitter pontuando que Deltan “não fez outra coisa na Lava Jato, só política”.

– Por isso foi denunciado e punido pelo CNMP, por isso foi apanhado em flagrante na Vaza Jato e na Spoofing, por isso eu o processei, ganhei a causa e o condenei duas vezes – escreveu.

O deputado federal José Guimarães avaliou “nunca ter sido secreta” a intenção dos ex-membros do Judiciário de entrar no universo político.

– Deltan Dallagnol larga o MP para ingressar na política. Nunca foi segredo que ele e Moro sempre atuaram como agentes políticos para perseguir Lula de forma truculenta na Lava Jato – afirmou, em sua conta no Twitter.


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  1. Apesar de eu ser varios zeros à esquerda sem ser esquerdista, toda pessoa humana, sem exceção, tem o livre arbítrio de escolher seu destino ou caminho. A política partidária é um desses caminhos. Pergunto: qual o medo dos inimigos da Lava Jato onde o Moro e o Dallagnol brilharam por algum tempo como heróis?
    Falharam no brilhantismo devido ao orgulho e vaidade estando sob os holofotes do poder e foram contaminados pelo orgulho e explícita vaidade. Aqui entra a máxima que diz: “Se queres destruir o caráter de uma pessoa, dê-lhe dinheiro e poder”. O exemplo maior é o Lula. Ele poderia ser comparado ao Lech Walesa, ex-presidente do Sindicato Solidariedade e ex-presidente da República de um país que derrotou o comunismo, a Polônia. Hoje o Lech Walesa é aplaudido por onde anda e ninguém o chama de “ladrão”.
    Foi um dos que quebrou a máxima sobre o dinheiro e o poder.
    Fraternalmente
    Ambrósio da Cruz Viana.

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