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19/09/2023

Igreja Mundial é condenada depois de Valdemiro chamar grevistas de ‘imundos’

Instituição responde a mais de mil ações no Tribunal de Justiça de São Paulo

A funcionária que participou de uma greve devido ao atraso de salários na Igreja Mundial do Poder de Deus foi premiada com uma indenização, após o líder da instituição, Valdemiro Santiago, proferir comentários ofensivos, referindo-se aos empregados que aderiram à paralisação como pessoas “imundos” e “possuídas por demônios”.

A Justiça do Trabalho de São Paulo fixou a indenização no valor de R$ 15 mil.

Uma testemunha chamada pela funcionária disse no processo que Valdemiro afirmou que “os funcionários que estavam em greve não eram dignos de trabalharem lá, eram ingratos” e que “mandaria todos embora em razão dos grevistas e terceirizaria tudo”.

O processo contra a Igreja Mundial por falas de Valdemiro

A Igreja Mundial afirmou não ter conhecimento dessas declarações feitas por Valdemiro. A juíza Fernanda Zanon Marchetti, responsável pelo caso, considerou que a Igreja Mundial confessou indiretamente sua culpa na sentença de condenação.

O termo é usado para qualificar a falta de contestação ou uma evasiva de uma das partes sobre um fato importante num processo.

A juíza também disse que “a crença religiosa não pode servir” de desculpa para agredir pessoas, “de forma deliberada, qualificando-as pejorativamente” no processo, segundo o portal Metrópoles.

“Palavras impensadas ditas em um púlpito diante de milhares de pessoas (fiéis seguidores), devem ser frontalmente repudiadas pelo poder Judiciário”, escreveu a juíza. “Não se tratando de uma afronta à liberdade religiosa ou controle das pregações, mas de coibir abusos praticados, que poderiam incitar violência na multidão.”