Gilberto Waller Jr. pede R$ 89 milhões ao Ministério da Previdência para retomar o PGB, que acelerava concessões
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) suspendeu o Programa de Gerenciamento de Benefícios (PGB), criado para agilizar a análise de requerimentos e reduzir a longa fila de espera por benefícios previdenciários. A decisão foi tomada pelo presidente do órgão, Gilberto Waller Jr., que atribuiu a paralisação à falta de recursos orçamentários.
Em ofício encaminhado ao Ministério da Previdência, Waller solicitou uma suplementação de R$ 89,1 milhões para viabilizar a continuidade do programa, que oferece bonificações a servidores que ultrapassam a meta diária de análises.
Fila ultrapassa 2,6 milhões de pedidos
A suspensão ocorre em um momento crítico para o instituto. Dados do Portal da Transparência revelam que o número de solicitações pendentes ultrapassou 2,6 milhões em agosto deste ano. Em dezembro de 2024, a fila era de 2 milhões, e chegou a 2,7 milhões em março de 2025, indicando um crescimento constante da demanda.
O PGB, implementado em abril de 2025, havia se tornado uma ferramenta essencial para reduzir o tempo de resposta e evitar o acúmulo de processos.
Suspensão paralisa análises extraordinárias
Com a medida, o INSS determinou que todas as análises extraordinárias — aquelas realizadas com prioridade dentro do programa — sejam devolvidas à fila comum de processamento. Na prática, isso significa que novas concessões podem sofrer atrasos significativos enquanto o governo não libera os recursos.
Segundo o comunicado oficial, “durante a suspensão, novas tarefas por meio da análise extraordinária não poderão ser concluídas”, o que reforça o impacto imediato da decisão sobre a operação do instituto.
INSS tenta reverter decisão
Em nota enviada ao Ministério da Previdência, a presidência do INSS destacou que o PGB tem papel decisivo na redução do tempo médio de análise e elogiou o empenho dos servidores que participam do programa.
O órgão informou ainda que busca soluções junto às autoridades responsáveis para garantir a retomada das atividades “o mais breve possível”.
A paralisação representa um novo desafio para o governo, que enfrenta críticas pela lentidão na concessão de benefícios e pela crescente insatisfação dos segurados que aguardam resposta há meses.