Daniel Bueno Vorcaro, Proprietário Do Banco Master Daniel Bueno Vorcaro, Proprietário Do Banco Master

Intimidação do Banco Central não deve conter vazamento de segredos de Vorcaro

Pressão sobre liquidante reacende temor de exposição de autoridades ligadas ao banqueiro

A movimentação recente em torno da liquidação do Banco Master ampliou, nos bastidores, a expectativa de que informações sensíveis sobre os negócios do banqueiro Daniel Vorcaro venham a público. A tentativa de constranger o liquidante nomeado pelo é vista como um sinal de apreensão diante da possibilidade de surgimento de uma suposta “lista” de autoridades que teriam mantido relações comerciais com Vorcaro ou sido beneficiadas por elas.

No centro dessa tensão está Eduardo Félix Bianchini, servidor de carreira do Banco Central designado para conduzir a liquidação do Banco Master. O receio, segundo relatos, é que Bianchini comunique suas conclusões à cúpula do BC ou, em um cenário considerado ainda mais grave pelos interessados, que detalhes acabem chegando à imprensa por meio de vazamentos.

Defesa reage e acusa órgão regulador

Nesse ambiente descrito por fontes como um verdadeiro vale-tudo, a estratégia da defesa de Vorcaro passou a mirar diretamente o regulador. Advogados do banqueiro sustentam que o Banco Central estaria se valendo da atuação de Bianchini para levantar informações internas do Banco Master, alimentando o temor de que dados sensíveis escapem do controle. Por isso, a defesa “acusa” o BC de instrumentalizar o liquidante para esse fim.

Naufrágio anunciado

A avaliação de observadores experientes é de que o esforço para conter revelações enfrenta obstáculos demais. “Parece a velha piada do náufrago que não tem dedos suficientes para tapar os muitos buracos no casco”, ironiza um ex-secretário do Tesouro, ao comentar a sucessão de frentes abertas que podem expor os chamados segredos do banco.

Buraco no casco 1: CPMI do INSS

Um dos pontos de vulnerabilidade estaria na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS. A expectativa era de que a quebra de sigilo na CPMI pudesse revelar informações relevantes sobre o Banco Master. Contudo, o ministro bloqueou o acesso dos parlamentares a esses dados, adiando — mas não eliminando — o risco de exposição.

Buraco no casco 2: Acareação no STF

Outra frente delicada surgiu no Tribunal Federal. Atendendo a pedidos dos investigados, a Corte determinou a realização de uma acareação envolvendo Ailton Aquino Santos, diretor de Fiscalização do Banco Central, e pessoas por ele investigadas. A medida é vista como mais um fator de imprevisibilidade no controle das informações.

Buraco no casco 3: Atuação no TCU

No Tribunal de Contas da União, há também sinais de disputa. Fontes do Banco Central afirmam que o ministro Jhonatan Santos estaria atuando para limitar o alcance do trabalho de auditores nessa área específica, o que adiciona outro elemento de tensão ao cenário.


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