Luis Miranda aluga tríplex ligado a Lula para lançar candidatura

Parlamentar disse que optou pela escolha por causa do simbolismo do imóvel que fica no Guarujá

O deputado federal Luis Miranda (Republicanos-DF) escolheu o tríplex do Guarujá, São Paulo, imóvel atribuído ao ex-presidente Lula (PT) durante a Operação Lava Jato, como local de lançamento de sua pré-candidatura à reeleição. A informação foi confirmada pelo próprio parlamentar ao portal UOL. O evento está previsto para acontecer no dia 1° de abril.

Para as eleições deste ano, Miranda diz que disputará o cargo pelo estado de São Paulo. Sobre a escolha do local do lançamento da pré-candidatura, o parlamentar diz que selecionou o imóvel exatamente por sua fama polêmica.

– Vi a oportunidade de fazer uma festa em um apartamento emblemático, que faz parte da história de nossa política. De certa forma, sem mencionar nome de ninguém, minha intenção não é constranger ninguém, pelo contrário, é ter um símbolo do início da minha pré-campanha pelo estado de São Paulo – afirmou.

Além disso, Miranda informou que identificou a oportunidade de alugar o tríplex da Lava Jato após ver o apartamento em um site de prêmios. De acordo com o parlamentar, o valor pago pelo aluguel “não foi nenhum valor exorbitante, mas normal”.

– Eu vi isso, verifiquei que é um sorteio pela Loteria Federal, pelo que entendi, e o sorteio só vai acontecer em maio. Entrei em contato com o proprietário, busquei saber quem foi que arrematou no leilão judicial, e requisitei a locação do imóvel por um final de semana, já que eles só vão liberar esse imóvel para quem ganhar em maio – contou.

Luis Miranda (Republicanos-DF) foi o pivô de uma investigação aberta contra o presidente Jair Bolsonaro no ano passado. Na época, o parlamentar afirmou que ele e o irmão, Luis Ricardo Miranda, teriam se reunido com Bolsonaro em março. De acordo com o deputado, os dois teriam levado ao presidente informações acerca de problemas na negociação da aquisição da vacina Covaxin.

A LIGAÇÃO ENTRE LULA E O TRÍPLEX

O ex-presidente Lula foi acusado de lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva em razão do apartamento, que fica no edifício Solaris, no Guarujá (SP). Por causa disso, ele chegou a ficar preso na sede da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba. Lula foi solto em novembro de 2019, após o STF proibir a prisão depois da condenação em segunda instância.

Em janeiro de 2022, a Justiça do Distrito Federal arquivou o caso do tríplex do Guarujá. A decisão foi da juíza Pollyanna Alves, da 12ª Vara Federal Criminal de Brasília. Um mês antes, o Ministério Público Federal (MPF) havia citado prescrição e pedido o arquivamento do caso, também citando a decisão do STF que anulou as condenações do petista.

A decisão citada tanto pela Justiça Federal do DF quanto pelo MPF foi tomada pela Suprema Corte em abril de 2021. Na ocasião, o STF seguiu o entendimento do ministro Edson Fachin de anular as condenações de Lula determinadas pela Operação Lava Jato. Fachin argumentou que havia incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba, comandada pelo então juiz Sergio Moro.