Reportagens apontam que ditador pediu anistia global e controle das Forças Armadas, levando negociações ao colapso
Uma reportagem explosiva do Miami Herald, citando fontes diretamente envolvidas nas conversas, afirma que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ofereceu a Nicolás Maduro uma chance de deixar a Venezuela com vida — desde que a saída fosse imediata. A proposta teria sido feita durante uma ligação telefônica na semana passada, mas acabou rejeitada pelo ditador venezuelano.
O que Maduro pediu — e o que os EUA recusaram
Segundo o Herald, Maduro colocou condições consideradas inaceitáveis pela Casa Branca. Entre elas:
- Anistia global para ele e seus aliados por todos os crimes atribuídos ao regime;
- Manter o controle das Forças Armadas, em um arranjo semelhante ao da Nicarágua nos anos 1990 sob o governo de Violeta Chamorro;
- Autorização para realizar eleições “livres”, mas sem abrir mão do comando militar.
As exigências foram rejeitadas. Fontes afirmaram ao jornal:
“First, Maduro asked for global amnesty for any crimes he and his group had committed, and that was rejected.”
“Second, they asked to retain control of the armed forces… In return, they would allow free elections.”
Do lado americano, Trump teria oferecido que Maduro, sua esposa e seu filho deixassem o país em segurança — mas somente se partissem “imediatamente”.
Contato ocorreu após Trump sinalizar abertura ao diálogo
A ligação teria acontecido no final da semana de 16 de novembro, poucos dias depois de Trump afirmar publicamente que estava disposto a conversar com Maduro.
O New York Times também confirmou que o telefonema ocorreu, detalhando que a conversa envolveu discussões sobre uma possível rendição do ditador. Vale lembrar que o Departamento de Estado oferece uma recompensa de US$ 50 milhões pela captura de Maduro.
Negociações fracassam e Trump aumenta pressão militar
Após o colapso das conversas, Trump intensificou a retórica contra Caracas e prometeu atingir redes de narcotráfico atuantes a partir da Venezuela “by land” em breve.
No sábado, o presidente publicou uma determinação direta:
O espaço aéreo venezuelano deve ser considerado “closed in its entirety”.
A ordem foi interpretada como um alerta de possível escalada militar, especialmente devido ao posicionamento próximo da costa venezuelana do USS Gerald Ford, o maior porta-aviões do mundo, acompanhado de uma unidade expedicionária de fuzileiros navais capaz de realizar operações anfíbias.
Caracas reage e acusa os EUA de agressão “colonial”
Maduro e aliados classificaram a medida como uma agressão imperial e alegaram que os EUA estariam interessados em se apoderar das amplas reservas de petróleo da Venezuela.
Os norte-americanos já vêm conduzindo, desde setembro, operações navais contra embarcações supostamente ligadas ao narcotráfico na América Latina. Segundo a reportagem, foram realizados ao menos 21 ataques fatais a pequenas embarcações.
Denúncias de “double tap” geram investigação no Congresso americano
Um dos casos mais controversos envolve um suposto ataque em que militares dos EUA teriam matado sobreviventes após bombardear uma embarcação perto de Trinidad — uma ação chamada de “double tap”.
O chefe do Pentágono, Pete Hegseth, teria ordenado “kill everybody”, segundo fontes citadas pelo Herald, mas ele nega ter dado essa instrução.
Organizações de direitos humanos chamaram os episódios de execuções extrajudiciais, e o Congresso dos EUA abriu uma investigação sobre o suposto ataque.
Uma vergonha