“Maduro tem medo de me enfrentar”, diz opositora a Lula

Em alusão à inelegibilidade de Corina Machado, petista fez declaração machista e afirmou que a venezuelana estaria “chorando”

Na quarta-feira, 6 de março, María Corina Machado, a líder da oposição na Venezuela (foto), reagiu a uma declaração machista de Lula.

Referindo-se à inelegibilidade de Corina Machado, o petista declarou anteriormente que, depois de ser impedido nas eleições de 2018, ele apontou um substituto “ao invés de ficar chorando”.

“Eu choro, presidente Lula? Você está dizendo isso porque sou mulher? Você não me conhece”, postou a líder venezuelana no X, a versão antiga do Twitter.

“Estou lutando para fazer valer o direito de milhões de venezuelanos que votaram em mim nas primárias e dos milhões que têm o direito de fazê-lo em eleições presidenciais livres nas quais derrotarei Maduro”, acrescentou.

Corina Machado ainda fez acusações contra Lula, afirmando que ele está “validando os abusos de um autocrata que viola a Constituição e o Acordo de Barbados que afirma apoiar”.

Ela também afirmou que “a única verdade é que Maduro tem medo de me confrontar porque sabe que o povo venezuelano está hoje na rua comigo”.

Lula defende ditadura venezuelana e distorce realidade brasileira em declarações recentes

Na quarta-feira, 6, Lula (foto) novamente deu a entender que a democracia na Venezuela está em boa forma e também fez declarações falsas sobre a democracia brasileira. Quando questionado sobre as eleições venezuelanas, que serão mais uma vez lideradas pelo regime autoritário de Nicolás Maduro, o político do PT solicitou “presunção de inocência”.

“Eu espero que as eleições sejam as mais democráticas possíveis”, disse Lula durante entrevista coletiva ao lado do presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, acrescentando que Maduro lhe disse que “vai convocar todos os olheiros do mundo que quiserem assistir [a]o processo eleitoral na Venezuela”.

“Além disso, o que eu posso esperar? Que haja as eleições para a gente saber se foram democráticas ou não”, finalizou, utilizando a oportunidade para criticar novamente Jair Bolsonaro, afirmando que ele não reconhece o resultado da eleição de 2022.

O político do PT também fez referência à sua própria detenção ao discutir a situação na Venezuela. “Fui impedido de concorrer às eleições de 2018. Ao invés de ficar chorando, eu indiquei o outro candidato e [ele] disputou as eleições”, comentou.

Maria Corina foi Barrada nas Eleições por Perseguição de Maduro

A inabilidade de Maria Corina Machado para concorrer na eleição deste ano foi resultado de perseguição pelo regime de Maduro, e não devido a qualquer ligação imobiliária com empreiteiras implicadas em esquemas de corrupção. Lula afirma que não derramou lágrimas em 2018, no entanto, ele se emocionou naquele período, forçando sua candidatura até o limite legal. Ele continua emocional até os dias atuais e está agindo em retaliação contra juízes e procuradores.

Na terça-feira, 5, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela declarou que as eleições presidenciais deste ano serão realizadas em 28 de julho, data em que se comemora o aniversário do falecido ex-ditador Hugo Chávez, que morreu em 2013.

Ela foi vitoriosa nas primárias da oposição em outubro, obtendo quase 90% dos votos, que representam mais de 2 milhões de eleitores. No entanto, em janeiro, a Suprema Corte venezuelana a classificou como inelegível em um processo marcado por evidentes irregularidades e denunciado por órgãos internacionais.