Representantes da entidade afirmaram que não faz sentido gastar doses disponíveis com o chamado “booster”
A coordenadora do Programa Expandido de Imunizações do Departamento de Imunização, Vacinas e Biológicos da Organização Mundial de Saúde (OMS), Ann Lindstrand, disse nesta segunda-feira (12) que não há evidências científicas suficientes para recomendar a terceira dose da vacina contra a Covid-19, conhecida como “booster” do imunizante.
– As vacinas apresentam uma baixa na eficácia com o passar dos meses, mas isso acontece com vários imunizantes. Como propomos nas nossas recomendações, o esquema vacinal com duas doses dos imunizantes aprovados traz uma proteção boa e suficiente – afirma Lindstrand.
A cientista-chefe da entidade, Soumya Swaminathan, declarou que é possível que uma outra dose seja necessária no futuro, mas que, agora, com um pouco mais de seis meses após o começo da vacinação, ainda não faz sentido gastar os poucos imunizantes disponíveis. A mistura de vacinas, com uma dose de cada fabricante, também não é recomendada pela OMS.
O diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu que os fabricantes de imunizantes compartilhem o conhecimento para permitir que as vacinas sejam produzidas em mais países e a quantidade de doses disponíveis aumente o mais rápido possível. Como exemplo, o gestor citou a AstraZeneca, que fechou contratos de transferência de tecnologia com vários países.
– O mundo inteiro está cansado, e é uma situação realmente decepcionante; não faz sentido. Precisamos compartilhar as vacinas. E, quando eu falo compartilhar, não é dar de graça. Muitos países têm dinheiro para comprar, mas não há doses disponíveis no mercado. É um problema de produção, e o mundo tem como resolver isso. O que não temos é uma liderança global – completou Tedros.