Presidente Da Rússia, Vladimir Putin Presidente Da Rússia, Vladimir Putin

Putin vence eleições russas com 88% dos votos, mostram primeiros resultados oficiais

Pelo menos 74 pessoas foram presas no domingo em toda a Rússia, de acordo com o OVD-Info, um grupo que monitora a repressão à dissidência.

Neste domingo, 17, o presidente Vladimir alcançou um recorde de votação de 88% na eleição presidencial da Rússia, conforme indicado por pesquisas de boca de urna e primeiros resultados. Isso reforça sua posição no poder, mesmo com a participação de milhares de adversários em um protesto simbólico nas seções eleitorais.

Os dados preliminares indicam que Putin, que assumiu o poder em 1999, aparenta ter conquistado com facilidade um sexto mandato de seis anos. Isso o possibilitará ultrapassar Josef Stalin e se tornar o governante com o maior tempo de liderança da Rússia em mais de 200 anos.

A “operação militar especial”, como Putin descreve, foi iniciada pouco mais de dois anos antes da eleição. Esta ação desencadeou o conflito mais mortal na desde a através da invasão ordenada por ele na .

Durante os três dias de eleição, a guerra foi uma constante: a Ucrânia tem lançado repetidos ataques a refinarias de petróleo na Rússia, bombardeando áreas russas e tentando cruzar as fronteiras russas – um ato que Putin afirmou que não passará sem punição.

Mesmo que a reeleição de Putin fosse certa, considerando seu domínio sobre a Rússia e a falta de oponentes verdadeiros, o ex-agente da KGB desejava demonstrar que possui o suporte avassalador dos russos. Algumas horas antes do encerramento da votação, às 18h00 GMT, a participação em todo o país excedeu os índices de 2018 de 67,5%.

Apelos foram feitos aos russos pelos apoiadores de Alexei Navalny, principal adversário de Putin, que faleceu em uma prisão ártica no mês anterior, para participarem do protesto “Meio-dia contra Putin”. A intenção é manifestar sua oposição a um líder que, em sua visão, é um autocrata corrupto.

Não se tem um registro independente do número de eleitores russos, que totalizam 114 milhões, que participaram dos protestos da oposição, ocorridos sob uma segurança extremamente rigorosa que mobilizou dezenas de milhares de policiais e agentes de segurança.

Os repórteres da Reuters notaram um crescimento no número de eleitores, particularmente jovens, nas seções eleitorais de Moscou, São Petersburgo e Ecaterimburgo ao meio-dia, com filas que chegavam a centenas e até milhares de pessoas. Alguns mencionaram que estavam protestando, apesar de haver poucos indicativos visíveis que os diferenciassem dos votantes regulares.

Assim que o meio-dia tocou na Ásia e na Europa, várias pessoas se congregaram nas seções de votação de missões diplomáticas russas. Yulia, a viúva de Navalny, fez uma aparição na embaixada russa em Berlim, recebida com aplausos e gritos de “Yulia, Yulia”. Os apoiadores exilados de Navalny compartilharam no YouTube vídeos de manifestações na Rússia e ao redor do mundo.

A votação na Rússia acontece justamente quando os líderes dos serviços de inteligência do Ocidente afirmam que estamos em um ponto crucial para a guerra na Ucrânia e para o próprio Ocidente, algo que descreve como um conflito do século XXI entre democracias e autocracias.

O suporte para a Ucrânia está enredado na política doméstica dos EUA antes das eleições presidenciais de novembro, colocando Biden em oposição ao seu predecessor Donald Trump, cujo partido republicano no Congresso impediu a assistência militar para Kiev.

Apesar de Kiev ter reconquistado territórios após a invasão em 2022, foi observado que as forças russas alcançaram avanços recentes após o insucesso de uma contraofensiva ucraniana no último ano.

A administração Biden está preocupada que Putin possa obter uma porção maior da Ucrânia, a não ser que Kiev receba mais suporte em breve. De acordo com o diretor da CIA, William Burns, tal situação poderia incentivar a China.

Putin afirma que o Ocidente está engajado em uma “guerra híbrida” contra a Rússia e acusa a inteligência ocidental e a Ucrânia de tentar interferir nas eleições.

A votação aconteceu também na Crimeia, que foi anexada por Moscou da Ucrânia em 2014, além de outras quatro regiões ucranianas parcialmente controladas e reivindicadas desde 2022. A eleição no território ocupado é considerada por Kiev como ilegal e sem validade.


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