Presidente volta à plataforma após quase um ano e pressiona pela venda da operação a empresas americanas
O presidente Donald Trump marcou seu retorno ao TikTok nesta segunda-feira (6), publicando um vídeo gravado no Salão Oval. A aparição encerrou quase um ano de inatividade do republicano na rede social, símbolo de forte engajamento entre o público jovem.
Na gravação, Trump fala diretamente aos usuários e atribui a si próprio a continuidade do aplicativo nos Estados Unidos. “Eu salvei o TikTok, então vocês me devem essa”, declarou. O presidente ainda acrescentou: “Vocês estão olhando para mim no Salão Oval, e, um dia, um de vocês vai estar sentado aqui nessa cadeira e vai estar fazendo um ótimo trabalho também.”
Contexto político e retorno estratégico
A última postagem de Trump na plataforma havia sido feita em 5 de novembro de 2024, data em que venceu a eleição presidencial contra Kamala Harris. Sua volta ocorre duas semanas após o governo anunciar um plano de venda do controle do TikTok nos EUA, em meio a tensões com o governo chinês.
No fim de setembro, o republicano assinou um decreto que autoriza a transferência da operação americana do aplicativo para uma joint venture composta por Oracle e Silver Lake Partners. O acordo prevê a aquisição de 170 milhões de contas e um investimento estimado em US$ 14 bilhões.
Acordo com aval chinês e restrição de controle
De acordo com Trump, a negociação teve aval do líder chinês Xi Jinping. A empresa ByteDance, controladora global do TikTok, permaneceria com uma participação minoritária de cerca de 20%, sem acesso a dados de usuários nem poder sobre o algoritmo de recomendação.
O modelo foi desenhado para garantir o controle total das operações e do armazenamento de dados em território americano, ponto central do embate entre Washington e Pequim.
.@realDonaldTrump is back on TikTok! pic.twitter.com/n7CuSUZFcp
— Trump War Room (@TrumpWarRoom) October 6, 2025
Algoritmo sob vigilância e nova legislação
O sistema de recomendação do TikTok — responsável por determinar o conteúdo exibido a cada usuário — é o principal foco das exigências de segurança. O governo dos EUA determinou que toda a infraestrutura de dados e algoritmos seja monitorada por empresas norte-americanas.
A decisão se baseia na lei de 2024, aprovada durante o governo Joe Biden, que condiciona a permanência do aplicativo no país à venda de sua operação local. A legislação surgiu após denúncias de espionagem digital e coleta indevida de dados pelo regime chinês.
Trump prorrogou o prazo final da transação para 16 de dezembro, data limite para que a nova empresa conclua a compra. Até o momento, a ByteDance não confirmou publicamente os termos do negócio.