O Dono Do Banco Master, Daniel Vorcaro, Preso Nesta Segunda Feira, 17 O Dono Do Banco Master, Daniel Vorcaro, Preso Nesta Segunda Feira, 17

Advogado de Vorcaro também defendeu desembargadora que o libertou

Desembargadora do TRF-1, responsável por soltar o dono do Banco Master, contou com o mesmo grupo de advogados ao enfrentar acusação de fraude em 2010

A decisão que colocou Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, em liberdade voltou a destacar o nome da desembargadora Solange Salgado, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). O que chamou atenção é que a magistrada já havia sido representada pelo mesmo escritório de advocacia que hoje atua na defesa do banqueiro.

Caso antigo envolvendo a Ajufer

Em 2010, uma auditoria interna da Associação dos Juízes Federais da 1ª Região (Ajufer) identificou 45 contratos de empréstimos simulados firmados com a Fundação Habitacional do Exército (FHE/Poupex). Os valores chegavam a R$ 6 milhões, mas o estimado pela instituição superava R$ 20 milhões.

Os documentos assinados por ex-presidentes da entidade — incluindo Solange Salgado, Moacir Ferreira Ramos, Charles Renaud e Hamilton Dantas — mencionavam ainda o uso indevido de dados de magistrados, contas de terceiros e movimentações consideradas suspeitas.

No ano seguinte, 40 juízes solicitaram abertura de investigação disciplinar. O corregedor Cândido Ribeiro instaurou processo administrativo e apontou irregularidades nos contratos analisados. A punição aplicada a Solange posteriormente foi anulada pelo Conselho Nacional de (CNJ) por falta de quórum, mas as conclusões da auditoria permaneceram válidas.

Defesa conduzida pelo escritório Bottini & Tamasauskas

Durante o processo, Solange Salgado teve a defesa conduzida pelo escritório Bottini & Tamasauskas Advogados, de Pierpaolo Cruz Bottini — o mesmo que hoje representa Daniel Vorcaro.
Dois advogados do escritório, incluindo Bottini, integram a equipe que atua no caso do Banco Master.

Ações e denúncias rejeitadas pelo TRF-1

Na época, o TRF-1 rejeitou por unanimidade uma denúncia contra Solange sobre a suposta venda irregular de uma sala comercial. A acusação contra Moacir Ramos, porém, foi recebida. O Ministério Público Federal alegava que o negócio teria servido para quitar dívidas dos magistrados com a Poupex.

A desembargadora também foi denunciada por possível apropriação de valores ligados a empréstimos feitos pela Ajufer em nome de juízes que não tinham conhecimento das operações — seis magistrados seriam apontados como beneficiários de cerca de R$ 6 milhões.

Carreira no Judiciário

Solange tem trajetória consolidada no sistema judicial. Formada em 1985, foi promotora em Minas Gerais, defensora no Rio de Janeiro, juíza no e, desde 1992, atua na Justiça Federal. Também exerceu funções no Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão, no TRF-1 e em cargos administrativos no Distrito Federal.
Além disso, lecionou em instituições como o Ceuma, o Cejuma, a Associação de Ensino Unificado do DF e o Uniceub.

Virada no caso Vorcaro

No processo envolvendo o Banco Master, Solange inicialmente manteve a dos investigados. Dias depois, no entanto, considerou que a viagem internacional de Vorcaro estava justificada e que não havia risco concreto de fuga — substituindo a prisão por medidas cautelares.


Veja também

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *