O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, emprega atualmente assessores com vínculos diretos a políticos influentes do Centrão, além de familiares de autoridades e até a ex-mulher de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo documentos obtidos pela Folha de S.Paulo, via Lei de Acesso à Informação, entre os nomeados estão a filha de um deputado, o irmão de um prefeito, a ex-esposa do ministro Kassio Nunes Marques e o advogado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) — este último responsável por indicar Vieira ao cargo em 2023.
Desde que assumiu a presidência da Caixa, no fim de 2023, Carlos Vieira tem promovido uma série de nomeações de pessoas ligadas a partidos da base aliada do governo Lula, como PP, Republicanos e PL.
Entre os 15 assessores listados pela Caixa, nenhum é servidor de carreira. O banco não informou os salários, mas funcionários estimam que consultores da presidência recebam cerca de R$ 40 mil mensais.
A Caixa demorou mais de quatro meses para divulgar os nomes, alegando risco à segurança dos assessores. A Controladoria-Geral da União (CGU) rejeitou o argumento e determinou a liberação das informações, afirmando que conhecer os ocupantes de cargos estratégicos é “essencial para a transparência e o controle social”.
A lista inclui:
Em 10 de outubro, após a derrota do governo na votação da medida provisória que aumentava impostos sobre investimentos, dois assessores ligados ao Centrão foram demitidos:
Em nota, a Caixa afirmou que “as designações seguem as normas internas, os ritos de governança e compliance”, e que há “mecanismos para prevenir conflitos de interesse”.
A instituição também declarou que “todas as contratações passam por avaliação técnica e seguem critérios de integridade”, sem detalhar eventuais vínculos políticos dos assessores.
