Margem do país para evitar recessão é “muito estreita”, disse Pierre-Olivier Gourinchas
Nesta terça-feira (26), o Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu que, embora não preveja uma recessão da economia dos Estados Unidos neste ano nem no próximo, um “pequeno choque poderia ser suficiente” para gerar tal cenário.
A margem dos Estados Unidos para evitar a recessão é “muito estreita”, disse Pierre-Olivier Gourinchas, diretor do departamento de estudos do FMI, na apresentação da revisão das perspectivas globais. De acordo com a entidade, a economia americana crescerá 2,3% neste ano e 1% no ano que vem.
Gourinchas admitiu que existem vários indicadores que apontam para uma desaceleração da economia do líder mundial e, embora tenha sublinhado que o mercado de trabalho está forte, com uma taxa de desemprego de apenas 3,6%, advertiu que a política monetária restritiva (que já está sendo aplicada para combater a inflação) pode levar a um maior arrefecimento econômico e a piores dados sobre o emprego.
Além disso, lembrou que as previsões do FMI não preveem uma recessão econômica em 2022 nem em 2023 para o país, e embora tenha reconhecido que tecnicamente se fale de uma recessão com dois trimestres consecutivos de declínio (o que pode ser confirmado nesta quinta-feira) insistiu que o conceito é “um pouco mais complexo”.
O especialista reconheceu que mesmo que não haja recessão, não significa que as pessoas não vão notar que a economia está freando, com o aumento dos preços, como já está acontecendo.