GAECO investiga venda ilegal de doações enviadas dos EUA para vítimas das enchentes no RS

Operação Ascaris identifica desvio de roupas e utensílios e bloqueia R$ 2 milhões ligados ao esquema

O Ministério Público do Rio Grande do Sul deflagrou, nesta quinta-feira (4 de dezembro), a Operação Ascaris, conduzida pelo GAECO, para apurar o desvio e a venda ilegal de roupas enviadas do Texas (EUA) e de empresas brasileiras às famílias atingidas pelas enchentes de 2024. A investigação levou ao cumprimento de oito mandados de busca e apreensão e ao bloqueio de R$ 2 milhões em contas de suspeitos.

A denúncia inicial partiu do Consulado-Geral do em Miami, que alertou o MP sobre a comercialização irregular de roupas importadas que deveriam ter sido destinadas à população afetada pelos desastres no estado.

Esquema envolvia ONG, brechós e uso de “laranjas”

As apurações indicam que roupas e utensílios destinados às vítimas eram entregues a uma ONG, mas acabavam revendidos em brechós da Serra Gaúcha. O esquema usava laranjas para receber pagamentos via Pix, e parte do dinheiro foi rastreada em compras de veículos e imóveis.

Segundo o MP, oito pessoas e uma empresa estão entre os investigados. Durante as buscas, foram apreendidas 70 caixas com roupas, fraldas e diversos utensílios — materiais que serão destinados à doação após autorização judicial.

Prisões e apreensão de produtos irregulares

A operação também prendeu duas pessoas em flagrante, acusadas de vender medicamentos proibidos junto com as roupas desviadas, ampliando o escopo das infrações descobertas.

Crimes investigados e avanço da apuração

De acordo com o promotor Manoel Figueiredo Antunes, o caso envolve possíveis crimes de:

  • organização criminosa;
  • apropriação indébita;
  • lavagem de dinheiro.

As autoridades apontam que o grupo aproveitou o período pós-enchentes para lucrar ilegalmente com doações que tinham finalidade humanitária.

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