Presidente Da Ucrânia, Volodymyr Zelensky Presidente Da Ucrânia, Volodymyr Zelensky

Israelenses se recusaram a compartilhar ‘a arma cibernética mais poderosa do mundo’ com a Ucrânia

Medida foi tomada por preocupações com a Rússia

Depois de ser amplamente condenado pela comunidade internacional por permitir que a Pegasus, que o NYT uma vez descreveu como “a arma cibernética mais poderosa do mundo”, fosse vendida a todos os déspotas e governos autoritários africanos com meios para pagar por isso, o governo israelense aparentemente não quis compartilhar a poderosa ferramenta de hacking com os governos da e da Estônia, por medo de que a usem contra a Rússia.

Para aqueles que não estão familiarizados com o Pegasus, o software foi desenvolvido pela empresa de spyware israelense NSO Group, que foi condenada internacionalmente depois que foi revelado que o spyware havia sido usado pelo governo saudita para espionar a Amazon do Chefe Jeff Bezos (e dissidente assassinado Jamal Khashoggi). Mais recentemente, o governo israelense foi acusado de usar o spyware para realizar vigilância sem mandado de seus próprios cidadãos.

De acordo com o NYT, a Ucrânia e a Estônia esperavam comprar a Pegasus na esperança de usá-la para se infiltrar em telefones russos, mas o Ministério da Defesa de se recusou a conceder as licenças necessárias para a venda.

A Ucrânia vinha pressionando para obter o Pegasus para fins de espionagem desde 2014, enquanto os estonianos iniciaram o processo de tentar comprá-lo em 2018, chegando a fazer um grande pagamento à NSO, que acabou sendo devolvido após o governo russo saber dos planos da Estônia e entrou em contato com os israelenses para acabar com isso.

No caso da Ucrânia, os pedidos de Pegasus remontam a vários anos. Desde a invasão russa da Crimeia em 2014, o país tem se visto cada vez mais como alvo direto da agressão e espionagem russas. Autoridades ucranianas buscaram equipamentos de defesa israelenses para combater a ameaça russa, mas Israel impôs um embargo quase total à venda de armas, incluindo o Pegasus, para a Ucrânia.

No caso da Estônia, as negociações para a compra da Pegasus começaram em 2018, e Israel inicialmente autorizou a Estônia a ter o sistema, aparentemente sem saber que a Estônia planejava usar o sistema para atacar telefones russos. O governo estoniano fez um grande adiantamento sobre os US$ 30 milhões que havia prometido para o sistema.

No ano seguinte, no entanto, um alto oficial de defesa russo entrou em contato com as agências de segurança de Israel para notificá-los de que a Rússia havia tomado conhecimento dos planos da Estônia de usar o Pegasus contra a Rússia. Após um acirrado debate entre as autoridades israelenses, o Ministério da Defesa de Israel impediu a Estônia de usar o spyware em qualquer número de celular russo em todo o mundo.

Durante um recente discurso ao Knesset, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky criticou Israel por se recusar a fornecer à Ucrânia o sistema antimísseis israelense Iron Dome e outras armas defensivas, e por não se juntar ao Ocidente na imposição de sanções econômicas estritas à Rússia.

Israel usou a Pegasus como moeda de troca crítica em suas relações diplomáticas com outras nações; foi relatado que compartilhar a ferramenta de spyware foi uma parte importante da barganha que levou aos Acordos de Abraham, o acordo histórico israelense com vários de seus vizinhos do Oriente Médio intermediado pelo presidente Trump e seu governo.

Como ferramenta de spyware, o Pegasus é incrivelmente poderoso. Quando um dispositivo é direcionado, o software pode extrair furtivamente e remotamente tudo o que está armazenado no dispositivo, incluindo fotos, contatos, mensagens e gravações de vídeo, sem que o usuário precise clicar em um link de phishing para dar acesso remoto à Pegasus. Ele também pode transformar o celular em um dispositivo de rastreamento e gravação secreta, essencialmente transformando um telefone em uma ferramenta para espionar seu dono.


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