Vice-presidente disse que manterá a lealdade ao presidente da República
O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta quarta-feira, 17, em entrevista ao portal UOL, que não concorrerá contra o presidente Jair Bolsonaro nas próximas eleições presidenciais. “Dentro da minha ética, jamais poderia agir assim”, ressaltou. “Isso dividiria uma parcela do grupo ao qual pertenço, que apoia Bolsonaro. Se tiver de concorrer a algum cargo, será ao Senado.”
Mourão destacou ainda que não pensa em ser presidente da República.
“Não vejo oportunidades para isso neste momento, e futuramente já estarei com idade avançada”, explicou. “E, nesse caso, não considero ser adequado disputar um cargo dessa natureza. Para governar um país complicado como o Brasil, precisa de muita energia. Tem de estar atento 24 horas, não pode dormir.”
Emendas, sim; mensalão, não
O vice-presidente ressaltou que o dever do Congresso Nacional deveria ser definir as prioridades das despesas do governo. “A partir daí, a execução orçamentária deveria ser de responsabilidade do Executivo”, observou. “Mas isso não ocorre em razão do chamado Orçamento secreto, que foge dos princípios da administração pública.”
Mourão rechaçou as comparações das emendas de relator com o mensalão — um dos maiores escândalos de corrupção da história do Brasil, em que os petistas compraram votos dos parlamentares para aprovar projetos. “Mensalão é dinheiro na mão, trata-se de algo diferente”, afirmou. “No caso das emendas, há manobra orçamentária em benefício daqueles que apoiam o governo.”