Ditador quer anexar mais de 70% do território do país vizinho; tensão aumentou após a realização de um referendo
Nesta sexta-feira (8), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, emitiu um decreto que estabelece o estado de Essequibo na área abundante em minerais, que é atualmente propriedade da Guiana.
No Twitter, o líder da Venezuela reafirmou o desejo de anexar uma porção do território do país limítrofe.
“Que nossa Venezuela fique com seu mapa completo e siga seu caminho de glória e união”, publicou Maduro em seu perfil oficial no X, antigo Twitter.
A situação na área se agravou após a realização de um referendo em Caracas para que a população expressasse sua opinião sobre o assunto. Os resultados das urnas mostraram que 95% dos cidadãos venezuelanos estão a favor da expansão da fronteira e da formação de uma nova província.
Depois do desfecho, Maduro mostrou publicamente um mapa da Venezuela que inclui 75% do território da Guiana e continua com os seus planos de incorporação.
Foi realizada uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU para discutir a disputa entre os dois países sul-americanos e considerou a situação como uma ameaça à paz e à segurança global.
Disputa centenária
A Venezuela reivindica a posse do Essequibo, assim como fez em 1777, quando ainda era uma colônia espanhola, e se baseia no acordo assinado em Genebra. Esse acordo foi firmado em 1966, antes da independência da Guiana do Reino Unido, e estabeleceu as condições para uma solução negociada, anulando uma decisão de 1899. No entanto, a Guiana defende essa decisão e solicita que seja ratificada pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), embora Caracas não reconheça a sua jurisdição.