Para ex-senadora, derrotar o atual presidente é uma questão de “legítima defesa”
A ex-senadora Marina Silva fez uma avaliação sobre o cenário político atual. Na opinião da ex-parlamentar, não é aconselhável “subestimar” o presidente Jair Bolsonaro, nem seus apoiadores. Em tom de mea-culpa, ela mesma admitiu ter cometido esse “erro” nas eleições de 2018.
– Não se deve subestimar o bolsonarismo e Bolsonaro. Houve essa subestimação em 2018 por muitos agentes políticos, inclusive eu, que no início achava que ele não chegaria ao segundo turno. Não temos o direito de errar duas vezes. Agora é compreender que vivemos uma ameaça às instituições e à democracia, mais do que em qualquer outro momento após a redemocratização – declarou Marina, em entrevista ao portal Metrópoles.
Para Marina, a “polarização que tomou conta da política brasileira não gera bons frutos e não é vantajosa para a democracia”.
– Ela [a polarização] só foi mudando de nome, antes era PT e PSDB, já foi também Arena e MDB, e agora PT e Bolsonaro. Infelizmente, isso é algo trabalhado, os polos têm como estratégia achar quem é o seu adversário predileto – ponderou.
Embora esteja rompida com o Partido dos Trabalhadores há mais de uma década, a ex-senadora sugeriu que em caso de segundo turno entre Lula e Bolsonaro, ela apoiará o petista por uma questão de “legítima defesa”.
– Qualquer pessoa sabe que derrotar Bolsonaro é uma questão de legítima defesa. Defesa da democracia, do meio ambiente, dos direitos humanos, das políticas de combate às desigualdades sociais. Não é uma questão apenas de como derrotar Bolsonaro, e sim de como derrotar democraticamente o bolsonarismo. Não adianta fazer uma despolitização já no primeiro turno, com uma guerra entre o bem e o mal, isso é um empobrecimento da política – acrescentou.
Marina ainda falou sobre seu futuro político.
– Existe uma discussão que vem sendo feita na Rede e fora também, por pessoas e lideranças políticas, de que em função de tudo o que está acontecendo no Brasil, eu deveria voltar para o Congresso. Estou fazendo uma reflexão que não é fácil, eu não tinha no meu horizonte retornar ao Congresso Nacional, mas estou refletindo com muito senso de responsabilidade. O meu desejo é de continuar contribuindo na política institucional ou ainda sem mandato – concluiu.