Universidade De Brasília (UnB) Foto Agência BrasilMarcello Casal Jr. Universidade De Brasília (UnB) Foto Agência BrasilMarcello Casal Jr.

PEC propõe cobrar mensalidade em universidades públicas

Proposta deve ser votada na próxima semana na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 206/2019, que propõe cobrar mensalidade em universidades públicas, deve ser votada na próxima semana. A ideia é que as instituições usem os recursos captados para dívidas de custeio, como água e luz, e a gratuidade seja mantida só para alunos que não tenham condições socioeconômicas de arcar com os custos.

A PEC está na pauta da Comissão de Constituição, e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, segundo o relator, o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP). O grupo precisa avaliar a admissibilidade da proposta, ou seja se a PEC não viola as cláusulas pétreas da Constituição.

Caso seja admitida, ela terá mérito analisado por uma comissão especial, que pode alterar a proposta original – com prazo de 40 sessões para votação. Só então vai ao plenário. Por ser uma PEC, a aprovação ainda depende dos votos favoráveis de três quintos dos deputados (308), em dois turnos. Após a aprovação em uma Casa, é enviada para a outra – neste caso, o Senado.

Caso a medida seja aprovada nas duas casas, ela é promulgada na forma de emenda constitucional, mas se houver modificação substancial, ela ainda volta à Casa de origem.

O deputado federal General Peternelli (União Brasil-SP), autor da proposta, justifica a mudança com base no relatório Um ajuste justo – propostas para aumentar eficiência e equidade do gasto público no Brasil.

O estudo, elaborado pelo Banco Mundial em 2017, diz que o gasto brasileiro com estudantes do ensino superior público é “muito superior” ao de países como a e a Itália, por exemplo. Para Peternelli, a “maioria dos estudantes dessas universidades acaba sendo oriunda de escolas particulares e poderia pagar a mensalidade”.

– Não seria correto que toda a sociedade financie o estudo de jovens de classes mais altas. A gratuidade generalizada, que não considera a renda, gera distorções gravíssimas, fazendo com que os estudantes ricos – que obviamente tiveram uma formação mais sólida na educação básica – ocupem as vagas disponíveis no vestibular, em detrimento da população mais carente – justifica.

Relator da proposta, o deputado Kim Kataguiri votou a favor da proposta e considera a repercussão da PEC “excelente”. Ele afirmou também que ainda precisa sentir o clima do plenário para saber se o projeto pode avançar mesmo em ano eleitoral. O parlamentar disse acreditar que a cobrança de mensalidade de alguns alunos não seja “retrocesso”.

– Pelo contrário, trata-se de prestigiar a regra geral de igualdade – esta, sim, cláusula pétrea – completou.


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  1. A educação está cada vez mais distante da população.O nosso país tem condições de fornecer educação de gualidade a todos os brasileiros. Basta tirar as mordomias desses politicos. Mas hora!!!!! Onde já se viu!!!!

  2. E quem não pode pagar? É justo sacrificar a maior parte dos jovens que querem fazer o curso superior ?

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