Criança Se Vacinando Foto EFE Juan Diego Montenegro Criança Se Vacinando Foto EFE Juan Diego Montenegro

Procura por vacinação infantil contra a Covid está em baixa nos estados

Brasil está atrás do Chile, Argentina, Uruguai e Colômbia

A aplicação de vacinas contra a Covid-19 em crianças de cinco a 11 anos avança em ritmo lento no Brasil. Um levantamento feito pelo Estadão junto aos governos estaduais mostra que, até a última segunda-feira (31), cerca de 1,9 milhão de crianças tinham sido vacinadas no Brasil – o que equivale a 10% do público-alvo.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse em mais de uma oportunidade que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem capacidade para vacinar 2,4 milhões de pessoas por dia. Há salas e profissionais suficientes para isso e o número já foi batido diversas vezes durante a campanha de imunização contra a Covid-19.

Considerando que o Brasil vem cerca de 1,2 milhão de doses por dia, há espaço para vacinar mais de um milhão de crianças diariamente. No entanto, a média dessas primeiras duas semanas de campanha é de 130 mil vacinas aplicadas por dia no público infantil.

Os números foram informados pelos estados, mas pode haver defasagem por causa da demora entre a aplicação da vacina e o registro no sistema.

O contrato do governo com a farmacêutica Pfizer, assinado no fim de novembro, prevê a entrega de 20 milhões de doses da vacina entre os meses de janeiro e março. Isso é suficiente para aplicar as duas doses em metade do público-alvo.

Nesta semana, o Ministério da Saúde consultou o Butantan sobre a possibilidade de encomendar mais dez milhões de doses da vacina CoronaVac. O instituto diz ter o quantitativo à pronta entrega e afirmou que pode fornecer outras 20 milhões de doses em um prazo de até 25 dias após a assinatura do contrato.

Entre os estados Distrito Federal e São Paulo são os que mais estão as crianças. Já em Roraima, menos de 2% das crianças foram vacinadas. Falta de vacinas nem chega a ser um problema, pois há 100 mil doses de Coronavac em estoque, o suficiente para começar o esquema vacinal de todas as crianças de seis a 11 anos. No entanto, a própria população não procura por vontade própria, o que algumas autoridades e profissionais da saúde afirmam ser “desinformação”.

A divulgadora científica Ana Arnt, professora do instituto de biologia da Unicamp, por exemplo, acusa o Ministério da Saúde pelo fato de suas propagandas conterem ressalvas.

– As publicações da pasta nas redes sociais dizem que a vacinação de crianças é uma escolha dos pais e responsáveis e precisa de autorização. O órgão não incentiva a vacinação das crianças de maneira direta em seus canais. É o que a gente chama de incentivar a hesitação vacinal – diz a professora.

PAÍSES VIZINHOS

O Brasil está atrás de alguns países vizinhos que aprovaram o uso de vacinas infantis. Até a semana passada, o Chile tinha vacinado 76,9% das crianças de três a 11 anos.

Na Argentina, 72,3% da população entre cinco e 11 anos de idade tomaram a primeira dose. Uruguai e Colômbia também vacinaram mais que o Brasil.


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