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Procurador do MPF diz que invasões do MST são legítimas

Ao jornal Folha de S.Paulo, Julio José de Araújo Junior defendeu ocupações desde que seja para ‘chamar atenção do poder público’ para a reforma agrária

Na entrevista concedida ao jornal Folha de S.Paulo nesta quarta-feira, dia 17, Julio José de Araújo Junior, procurador e coordenador do grupo de trabalho sobre Reforma Agrária e Conflitos Fundiários no Ministério Público Federal (MPF), defendeu as ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), considerando-as legítimas, inclusive em casos de ocupações de áreas produtivas.

Junior Araújo diminuiu a importância das invasões encenadas pelo MST durante a Jornada Nacional de Luta pela Terra, também conhecida como “Abril Vermelho”.

No total, até esta quarta-feira, o grupo invadiu 24 fazendas em 11 estados, dia que é comemorado o Dia Nacional da Luta pela Reforma Agrária.

Conforme o jornal, Araújo Junior ressaltou ser preciso “diferenciar o que seriam ocupações com intenção de permanência dos agricultores nas terras e aquelas que seriam tão somente uma estratégia para chamar atenção do poder público”.

Seria um exemplo a situação em que manifestantes do MST invadiram pela terceira vez nesta semana as terras pertencentes à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Petrolina, Pernambuco.

“Eu creio que isso não merece ser discutido do ponto de vista criminal em hipótese alguma”, disse à Folha. “O que não significa que uma propriedade produtiva deve necessariamente ser desapropriada. Isso está até desautorizado pela Constituição.”

O representante legal manifestou inquietação em relação aos projetos legislativos em discussão na e nas Assembleias Legislativas, que sugerem a aplicação de multas e estratégias para agilizar a reintegração de posse.

Nos últimos dois anos, a PGR questionou legislações aprovadas em Estados como Goiás, Mato Grosso e Rondônia. O órgão considerou que essas leis visam à criminalização dos movimentos de luta pela terra.

“A gente entende que a tentativa de criminalização generalizada desses grupos [de luta pela terra] é muito contraproducente”, disse, “não ajuda num debate legítimo sobre o direito à terra no Brasil”.

Araújo Júnior fala sobre Invasão Zero

Na segunda-feira, dia 15, a Procuradoria revelou uma nota técnica onde declarou reconhecer uma “matriz comum” entre o Invasão Zero e os indivíduos que participaram dos eventos de 8 de janeiro, referidos no documento como “antidemocráticos”.

Fazendeiros da fundaram o Invasão Zero em 2023. Aproximadamente 5 mil membros compõem o grupo que declara operar dentro da lei, respeitando a “Constituição” e rejeitando a aplicação de violência.

“Não temos qualquer ligação com atos antidemocráticos”, afirmou o coordenador do Invasão Zero, Luiz Uaquim, em resposta à Folha. Ao contrário, nos empenhamos em promover a conscientização e mobilização dentro dos parâmetros estabelecidos pela Constituição Federal”.

Câmara aprova urgência de projeto

Na terça-feira, dia 16, a Câmara dos aprovou um projeto de lei urgente em relação às invasões de terra. A medida foi adotada durante o recente aumento das invasões lideradas pelo MST no período do Abril Vermelho.

A urgência aprovada permite que o projeto (PL 895/2023) vá diretamente ao plenário, sem necessidade de análise em comissões prévias.

O projeto estipula punições administrativas e limitações impostas a ocupantes e invasores de propriedades tanto rurais quanto urbanas em âmbito nacional, incluindo a proibição de assumir posições políticas, ser beneficiário de auxílios e benefícios ou se envolver em programas de assistência social.

“Quem invade é criminoso e assim deve ser tratado”, destacou o deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS), defensor do projeto, em suas redes sociais. As informações são da Revista Oeste.


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  1. Se, como diz o ilustre representante do MP, o MST pode invadir terras, inclusive produtivas para pressionar o governo a promover a Reforma Agrária, nós, advogados também podemos invadir o STF para exigir que seus membros hajam na forma da Lei, cumprindo o que determina a nossa Constituição e preservando a nossa combalida Democracia. Vamos invadir o STF e exigir a saída de um ministro que se julga rei e substituí-lo por um juiz verdadeiramente justo,legalista e humano.

  2. Eu aqui pensando: Quando os patriotas estavam protestando pacificamente, foram tratados como terroristas, racistas, golpistas, mas o MST invadindo, depredando patrimônio alheio é legal. São todos bandidos que deveriam serem tratados como tal.

  3. Logo, é lícito também os movimentos dos sem casa, invadirem imóveis, principalmente os do INSS, sem uso e sem gerar recursos. É muita banalidade, para uma agressão ao direito do proprietário da fazenda e/ou imóvel, porque o MPF, não faz a parte dele.

  4. Ô seu Júnior de Araujo…. se é só questão de “se aparecer” perante a sociedade, que tal tu ceder a tua casa para que eles fiquem, façam um churrasco, tomem banho na tua piscina, sujem tudo com restos (sei lá quais), e depois se mandem????

    Tu estaria fazendo um ato de boníssima vontade, ajudando estes “coitados”….

    Vá lá, seu Junior de Araujo, ajude esta turma!!!!!

  5. O TARCISIO, é que esta certo, pau no lombo desses vagabundos (se der emprego, nao querem), prisão e processo messa maior imobiliária do Brasil, com imóveis alheios. Esta demagogia não encerra nunca, é a lei do estudante preguiçoso pela manhã, atravessando a ponte exclamando “rio como te invejo, segues teu curso sem abandonar o leito. Esse é o TRABALHADOR sem terra, sem garra sem dignidade e sem vergonha na cara, um parasita como temos em todas as esferas da República.

  6. Invadir e depredar qual quer propriedade que não e sua…, “não ajuda num debate legítimo sobre o direito à terra”…nisto eu concordo

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