Google alega que a determinação coloca em risco a privacidade dos usuários e viola direitos fundamentais protegidos pela Constituição
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, solicitou mais tempo para analisar e interrompeu o julgamento de um recurso do Google, que contesta a decisão de fornecer informações de usuários que pesquisaram sobre a vereadora Marielle Franco (PSOL) nos dias antes de seu assassinato.
Segundo a companhia, a medida coloca em perigo a privacidade dos indivíduos e infringe direitos essenciais garantidos pela Carta Magna.
A determinação do STF no processo terá um impacto significativo em relação à coleta de evidências em meios digitais. Não há uma data definida para a retomada do julgamento. O prazo para Moraes devolver a ação é de até 90 dias ou então o caso será automaticamente incluído na agenda novamente.
Até agora, somente a ministra Rosa Weber emitiu sua opinião. Ela registrou seu voto no plenário virtual, onde o processo começou antes de Moraes solicitar mais tempo para analisar o caso.
A ministra afirmou que é favorável ao acolhimento do recurso do Google. Ela justificou que a decisão judicial que exigiu que a plataforma fornecesse informações de usuários é abrangente e não específica, o que, segundo ela, desrespeita o direito dos cidadãos à privacidade na internet.
“Entendo inexistir, no contexto atual, lei válida e constitucional que possibilite o emprego do meio de obtenção de prova em questão de forma tão genérica e abrangente, a demonstrar, data venia, a sua inadmissibilidade”, escreveu Rosa Weber.
O pedido para obrigar o Google a compartilhar as informações partiu do Ministério Público do Rio. O STJ determinou que o buscador fornecesse todos os dados de geolocalização dos usuários que estavam nos arredores do local onde o carro dos atiradores no dia do crime foi visto pela última vez, em 2 de dezembro de 2018; e todas as buscas de sete palavras-chave (“Marielle Franco”, “vereadora Marielle”, “agenda Marielle”, “agenda vereadora Marielle”, “Casa das Pretas”, “Rua dos Inválidos, 122? e “Rua dos Inválidos”) por quaisquer usuários durante os cinco dias que antecederam o crime.
Quandi é que estaremos livres dos abusos do “mais amadox” juiz do STF??? Desse jeito, ele vai acabar sendo o “mais odiado”. (se é que é possível. Terá que se desdobrar, né?)