Grupo terrorista tenta reafirmar controle sobre Gaza em meio a confrontos internos e denúncias de execuções
Durante o cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos, forças de segurança do Hamas voltaram às ruas da Cidade de Gaza neste sábado (11) e entraram em confronto com palestinos e clãs locais que se opõem ao domínio do grupo.
Canais de comunicação ligados ao Hamas divulgaram vídeos mostrando palestinos sendo espancados, enquanto militantes armados e mascarados patrulhavam mercados e interagiam com moradores. Em algumas imagens, os agentes aparecem usando bonés com a palavra “polícia”, em uma tentativa de demonstrar autoridade durante a repressão.
O canal Palestinian Home Front, associado ao Hamas, afirmou que “vários colaboradores e informantes foram presos na Cidade de Gaza” sob a acusação de espionagem para Israel e de envolvimento no “assassinato de membros da resistência”. O grupo declarou ainda que suas “forças de segurança e resistência estão conduzindo uma campanha em toda a Faixa de Gaza, do norte ao sul, para localizar e deter colaboradores”.
Confrontos com grupos rivais
Apesar do controle exercido pelo Hamas, grupos opositores permanecem ativos, principalmente no sul da Faixa de Gaza, onde alguns clãs têm recebido proteção do Exército israelense.
Entre eles, o grupo Popular Forces se recusou a entregar armas. Seu comandante, Hussam al-Astal, publicou em rede social:
“Para todos os ratos do Hamas, seus túneis estão destruídos, seus direitos não existem mais. Arrependam-se antes que seja tarde — não há Hamas a partir de hoje.”
Em entrevista à Channel 12, de Israel, al-Astal afirmou:
“Estamos tentando ser uma alternativa ao Hamas. Eles usam guerra psicológica e farão de tudo para provar que não há outra opção na Faixa além deles.”
Segundo a BBC, o Hamas mobilizou cerca de 7 mil homens para reafirmar o controle sobre Gaza e reorganizar suas estruturas internas, nomeando novos líderes para células, pelotões e brigadas.
O analista Khaled Abu Toameh, especialista em assuntos palestinos, afirmou nas redes sociais que o Hamas prendeu dezenas de membros de clãs rivais e suspeitos de colaboração, e que “muitos devem ser executados”, conforme relatos de fontes locais.
Reações e denúncias de Israel
O major Rafael Rozenszajn, porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI) e brasileiro de nascimento, divulgou vídeos nas redes sociais mostrando atos de violência dentro de Gaza.
Em uma das gravações, um homem armado executa outro a tiros. “Esse post é dedicado a todos aqueles que exigiam a saída de Israel de Gaza em nome do ‘bem do povo palestino’. Está aí o resultado”, comentou. “O território virou palco de dor e domínio de um grupo terrorista que oprime o próprio povo. Essa era mesmo a liberdade que vocês queriam?”
Outro vídeo mostra um homem vendado sendo espancado com um cano. O porta-voz israelense afirmou:
“Retirar Israel de Gaza pode parecer uma solução para alguns, mas a realidade é cruel: quem realmente paga o preço são os palestinos, vítimas silenciosas de um grupo terrorista do nível mais cruel que possamos imaginar.”