Mais perguntas sobre os números mentirosos do COVID-19 na China

Evidências de que Pequim tenha mentido sobre seus números COVID-19

Imaginamos que a grande imprensa americana seria a primeira a apontar que “não há evidências” de que Pequim tenha mentido sobre seus números COVID-19, assim como “não há evidências” de que o SARS-CoV-2 vazou do laboratório chinês.

E agora que a equipe da OMS tendo negligenciado ao deixar de olhar muito atentamente para o laboratório, o mundo pode nunca aprender a verdade.

Enquanto o presidente Xi realiza uma cerimônia em Pequim para homenagear os chineses que perderam suas vidas, bem como aqueles que lutaram e eventualmente ‘derrotaram’ o vírus, o PCC está apresentando o evento como uma declaração de vitória na “Guerra do Povo” contra os vírus.

Durante a cerimônia, realizada – onde mais? – no ‘Grande Salão do Povo’, Xi defendeu a maneira “aberta e transparente” da China de combater o vírus, entregando a medalha nacional ao especialista em doenças respiratórias Zhong Nanshan.

Xi insistiu que as contagens do COVID-19 da China são verdadeiras

Xi insistiu que as contagens do COVID-19 da China eram precisas, já que a imprensa chinesa foi rápida em divulgar a narrativa de que as ações do PCC (Partido Comunista Chinês) salvaram “dezenas de milhões de vidas” ao redor do mundo, apesar da montanha de evidências de que as autoridades locais atrasaram a resposta ao vírus em pelo menos duas semanas, se não mais.

Um relatório especial da Xinhua publicado no fim de semana sobre os sacrifícios de Xi parece um conta de fadas. Relatos incluindo as muitas noites sem dormir que ele enfrentou enquanto “assumia a missão extremamente difícil de lutar contra a pandemia”.

Pessoas que viajam da China para o Coréia foram contaminadas

Mas enquanto Pequim proclama sua última série de três semanas sem nenhum novo caso “doméstico”, as autoridades de saúde sul-coreanas acabam de anunciar que 5 pessoas que viajam da China para o SK tiveram teste positivo para o vírus desde 16 de agosto, o dia em que as autoridades de saúde chinesas supostamente confirmaram seu último caso de transmissão doméstica. Três deles eram cidadãos chineses e 2 eram sul-coreanos, de acordo com a Al Jazeera.

Cinco passageiros da China que chegam à Coréia do Sul foram testados positivos para coronavírus desde 16 de agosto, de acordo com as autoridades de saúde da Coréia do Sul, levantando uma questão sobre a credibilidade da alegação da China de nenhum caso de infecção local por mais de três semanas.

Entre as cinco pessoas, duas eram sul-coreanas e três chinesas. Todos eles não apresentaram sintomas.

A China anunciou que não houve nenhum novo caso de coronavírus transmitido localmente desde 16 de agosto.

Depois de fazer várias viagens com jornalistas estrangeiros por Wuhan nas últimas semanas, o PCC permitiu que um grupo de proprietários de negócios passeasse pela cidade, de acordo com a Nikkei Asian Review.

Mas, enquanto Pequim está reprimindo jornalistas ocidentais, repórteres de Nikkei falaram com vários moradores locais que afirmaram ter vários parentes mortos pelo vírus. Todos eles deram a entender que a situação em Pequim é muito pior do que as autoridades deixaram transparecer.

Mas nem todos concordam com essa ideia, mesmo entre os residentes de Wuhan. Algumas pessoas que falaram com o Nikkei Asian Review nas ruas questionaram a resposta do Estado nos primeiros dias.

“Se o governo nos dissesse para usar máscara e tomar medidas de prevenção mais cedo, não teríamos visto tantas mortes”, disse um homem de meia-idade que pediu anonimato. “Meu primo perdeu três de seis membros da família.”

Wuhan foi responsável por 3.869 mortes, ou 83% do total confirmado da China no final de agosto.

Algumas pessoas estão preocupadas com a sustentabilidade de uma recuperação econômica impulsionada principalmente por investimentos induzidos pelo Estado.

Mas, graças à vigilância incomparável de Pequim, que agora está sendo aplicada aos esforços de rastreamento de contatos do continente, milhões de chineses de classe média podem festejar sem se preocupar como se estivéssemos em 2019.