Momento Em Que Membros Do Grupo Terrorista Hamas Prepara O Assassinato De Um Grupo De Palestinos Momento Em Que Membros Do Grupo Terrorista Hamas Prepara O Assassinato De Um Grupo De Palestinos

Terror, execuções e perseguição: Hamas amplia repressão em Gaza após cessar-fogo

Grupo tenta retomar controle do enclave, enfrentando famílias rivais e provocando temor de guerra civil

Após a retirada das forças israelenses da Faixa de Gaza, o iniciou uma ofensiva interna para reafirmar sua autoridade no território. O movimento islâmico, abalado pelos meses de guerra contra , lançou uma campanha de execuções públicas, prisões e intimidação contra famílias e grupos armados locais, em especial aqueles com histórico de oposição ao regime.

Escalada de violência interna após cessar-fogo

O cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos encerrou o confronto direto com Israel, mas abriu espaço para uma disputa feroz pelo poder dentro de Gaza. O Hamas intensificou patrulhas e reforçou o aparato de segurança, numa tentativa de conter a desordem e neutralizar rivais que se fortaleceram durante o conflito.

Um dos episódios mais sangrentos ocorreu em 12 de outubro, nas proximidades de um hospital em Cidade de Gaza, quando forças do Hamas entraram em confronto com membros da família Doghmosh, uma das mais influentes do enclave. Imagens divulgadas mostram integrantes da família sendo executados em praça pública, gerando pânico entre os moradores e alimentando o medo de um conflito civil generalizado.

Rivalidades familiares e desconfiança crescente

Segundo relatos de testemunhas, terroristas mascarados cercaram o hospital jordaniano e exigiram a entrega de dez membros da família Doghmosh, acusados de colaboração com Israel. Diante da recusa, houve tiroteios, incêndios e mortes. “Eu ouvia tiros por todos os lados”, contou Sobheia Doghmosh, parente de vítimas. “A área agora está completamente cercada por homens armados.”

No dia seguinte, o conselho central da família divulgou nota acusando o Hamas de promover uma “campanha de intimidação e violência”, negando qualquer envolvimento com o assassinato de militantes do grupo.

A repressão também atingiu outras famílias. Em Deir al-Balah, o Hamas enfrentou integrantes da família Abu Samra, e antes mesmo do cessar-fogo já havia travado combates com a família Al Majaydeh, que mantém laços com o Fatah e a Autoridade . Após intensos confrontos, os Al Majaydeh se renderam e declararam lealdade ao Hamas, entregando suas armas.

Hamas busca justificar ofensiva interna

O Ministério do Interior de Gaza afirmou que as ações visam combater gangues e saqueadores que se aproveitaram do caos da guerra. A unidade Rada’a, braço de segurança do Hamas, declarou ter recuperado posições estratégicas e prometeu agir “com punho de ferro” contra quem ameaçar a estabilidade do enclave.

“Khaled Qaddoumi”, representante do Hamas no Irã, afirmou ao que as forças foram mobilizadas para “restaurar a ordem” e “espalhar o senso de paz e estabilidade” após a guerra.

O grupo já preparava, há meses, uma reestruturação de suas forças policiais, segundo Husam Badran, membro do gabinete político do Hamas. O objetivo seria conter abusos de preços e saques durante a crise humanitária.

Analistas veem risco de guerra civil

Especialistas alertam que a repressão pode levar Gaza a um colapso interno. “Eles têm medo de uma guerra civil. Isso é muito perigoso. Já começou”, disse ao Wall Street Journal o advogado Mohammad Hadieh, de Gaza. Estima-se que grandes famílias representem cerca de 30% da população, tornando o equilíbrio de poder ainda mais delicado.

Relatos apontam que Israel tenta explorar essas divisões, oferecendo apoio a grupos locais. Nizar Doghmosh, líder familiar, contou ter recebido ligações do exército israelense pedindo ajuda para estabilizar bairros — proposta que ele recusou. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu confirmou o apoio ao grupo Abu Shabab, enquanto as Forças de Defesa de Israel evitaram comentar o caso.

Contexto político e reação internacional

Desde o ataque de 7 de outubro de 2023, quando o Hamas matou 1,2 mil pessoas e sequestrou 251 reféns em Israel, o grupo vem perdendo credibilidade entre os próprios palestinos. A destruição da infraestrutura, o bloqueio humanitário e a crise econômica fragmentaram o movimento em células regionais, minando seu controle político.

Analistas como Hasan Abu Hanieh, especialista em movimentos islâmicos, avaliam que o Hamas reagirá com mais brutalidade. “O Hamas será ainda mais agressivo agora para provar ao mundo exterior que ninguém pode removê-lo”, afirmou ao Wall Street Journal.

Na segunda-feira (13), Donald declarou que o envio das forças do Hamas para restaurar a ordem foi feito “com consentimento internacional”. No dia seguinte, o ex-presidente afirmou: “Eles vão se desarmar. E se eles não se desarmarem, nós os desarmamos.”

Disputa pelo futuro de Gaza

Mesmo enfraquecido, o Hamas não demonstra disposição de abandonar o poder. “Embora o grupo esteja muito mais fraco do que há dois anos, eles não vão desistir e vão desmantelar esses grupos”, avaliou Michael Milshtein, ex-chefe de assuntos palestinos do exército israelense.

Enquanto Israel insiste que o Hamas deve ser removido, parte dos analistas defende que apenas a Autoridade Palestina poderia assumir o controle do território — hipótese rejeitada por Netanyahu, que acusa o grupo de “corrupção e incompetência”.


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